
Leandro Moreira e Juares Bochi no FISL 2014. Foto: Felipe Nogs/ Baguete
Durante o 15º Fórum Internacional Software Livre [FISL], os engenheiros de software e programação Juares Bochi e Leandro Moreira, da Globo.com, falaram da estrutura de transmissão de vídeos ao vivo para a internet e os preparativos da Globo.com para a Copa do Mundo da Fifa.
Os programadores revelaram que a empresa conta com dois datacenters para ar o processamento e o tráfego das transmissões na web, alocados no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Para a Copa do Mundo, eles já realizam testes em menores escalas para conferir se o sistema e a infra atual arão o tráfego dos visitantes.
A Copa do Mundo de 2010 teve audiência de 200 mil pessoas online no site da Globo.com. Na época, os engenheiros utilizavam o software da Adobe, o Flash Media Streaming, para transmitir as partidas. No entanto, a falta de e e os excessivos traffic shaping nas transmissões fizeram com que optassem por uma mescla de software livre e proprietário.
Para se ter uma ideia, a Copa das Confederações, realizada em 2013, concentrou 2 milhões de usuários em toda a transmissão. Além disso, houve picos de 400 mil pessoas simultâneamente. Dessas, 10 mil usuários originaram de smartphones.
A transmissão foi responsável por 30% de todo o tráfego brasileiro.
Com o objetivo de ar a demanda do tráfego, os engenheiros precisaram desenvolver códigos próprios, baseados em HLS e Nginx, diminuindo o número de quedas na transmissão ou congestionamentos, além de permitir aumento na qualidade dos streamings.
Outra medida realizada pela empresa foi adquirir, em abril desse ano, uma interface de 100 Gbps com PTT.br do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). O projeto cria e promove infraestrutura necessária para a interconexão direta entre redes.
Com isso, a Globo.com tem uma nova conexão, dando aos provedores de o à Internet - móvel e banda larga - conectados à central do NIC.Br o direto ao conteúdo Globo.com, reduzindo o caminho até os vídeos, streaming e sites do grupo e evitando gargalos.
Sobre os projetos em andamento para a Copa do Mundo e para o futuro, Bochi preferiu não revelar todos. Ele, no entanto, adiantou alguns indicativos. O primeiro seria implantar datacenters em outras localidades, fazendo com que o caminho da transmissão diminua.
A segunda medida levantada pelos palestrantes é firmar parcerias com operadoras para retransmitir o o, fazendo com que usuários de localidades mais distantes recebam o ponto da transmissão diretamente das operadoras da região, não sendo necessário conectar diretamente à São Paulo ou Rio de Janeiro.
A terceira colocação seria desenvolver algo parecido com que o Netflix está projetando para o futuro: sistemas P2P (peer-to-peer) em que cada dispositivo participante da rede atue tanto como cliente quanto como servidor, recebendo dados de outros computadores e, ao mesmo tempo, transmitindo as informações que já tem.
Além disso, os profissionais afirmam que já projetam desenvolver transmissões para consoles, como Xbox e Playstations.