Quando a Gol comprou a Varig, em 2007, a TI da companhia adquirida era um setor "totalmente secundário" e "extremamente ineficiente", segundo o vice-presidente de Planejamento e TI da Gol, Wilson Maciel Ramos.
"Não havia decisões centralizadas ou integradas sobre software, hardware, nada - tudo era de acordo com a vontade do usuário", contou o VP durante o MV Experience, fórum que a gaúcha MV realiza em São Paulo nesta quinta-feira, 22, e sexta, 23.
Hoje a realidade é outra: um longo mapeamento de processos, assinado pela Service IT Solutions e Tivit, bem como o investimento posterior em integrações, aquisições e principalmente terceirizações, mudou o quadro.
Agora, os "desejos do usuário" foram substituídos pelo foco em projetos, tudo sob a batuta de uma governança baseada em ITIL e Cobit.
Sem falar nos ganhos financeiros: só uma iniciativa de virtualização, que consolidou 100 servidores em três, gerou ROI de R$ 6 milhões por ano.
"Mudou e melhorou muito. Nossa TI recebe, hoje, cerca de 3% da receita líquida anual, aplicada em software, hardware, serviços, telecom, SaaS e investimentos", destacou Ramos.
De acordo com o executivo, a grande aposta para desonerar e agilizar processos é o outsourcing. Foram terceirizados o call center, sistema de transporte de carga, da Unisys, de distribuição e datacenter, que fica com a Tivit, entre outras áreas.
Com tudo ajeitado entre Gol e Varig, a companhia unificada trabalha atualmente com um sistema gerencial de TI baseado em comitês de áreas técnicas - Infra-estrutura e Serviços, Arquitetura e Negócios -, geridos por um Comitê de TI, que reúne a chefia do setor, mais o presidente e vice-presidente da empresa.
"Os comitês técnicos tomam decisões sobre prioridades, projetos, de suas áreas. Afinal, só quem entende do setor pode dar palpite. Já a decisão final sobre os investimentos cabe ao Comitê de TI, cujos executivos definem para onde vai qualquer verba da companhia", explicou Maciel Ramos.
Para 2009, por exemplo, foram aprovados e realizados investimentos em segurança da informação, com a contratação do software IBM Rational AppScan, implementado pela BSA Brasil para garantir a integridade dos dados e combater vulnerabilidades nas páginas web da empresa aérea, especialmente nos sites institucional e de vendas.
Além disso, a Gol renovou seu portal voegol.com, responsável por 70% das vendas diretas de agens da companhia, com investimento de R$ 500 mil destinado ao SharePoint Portal Server, da Microsoft, que se tornou a plataforma de gerenciamento do site e foi implementado pela Brasoftware.
E a companhia, que também investiu este ano em softwares para a área operacional, agregando soluções que cuidam desde o planejamento até a execução dos voos, já anuncia os planos para 2010: irá iniciar a adesão ao HaaS (hardware as a service), além de modernizar seu portal Smiles, que é um dos bancos de dados mais ados pela companhia, unificando ao database do VoeFácil, portal de promoções e financiamento de agens.
"Com isso, será muito mais fácil conhecer nosso público, o que será base para a implementação de CRM", contou o VP de TI da empresa.
Outro plano para 2010 é a unificação do call center, que hoje tem atendimento segmentado. Atualmente, para comprar uma agem, o cliente liga para um número e, para saber de milhagens, para outro. Em breve tudo será integrado.
E os investimentos não param por aí: o ano que vem também será de mudança nos terminais de auto-atendimento da companhia em aeroportos, que serão substituídos por máquinas IBM.
"Será mais uma forma de agilizar nosso check in, que já é bastante moderno - somos, por exemplo, a única companhia do país a oferecer a possibilidade de check in pelo celular", finalizou o VP de TI da Gol.
* Gláucia Civa cobriu o MV Experience, em São Paulo, a convite da MV.
Gláucia Civa Kirch 5y6f5z
Sócia Diretora da Capital Informação