
PradoTech faz parte do Prado Bairro-Cidade. Foto: Divulgação.
Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, terá um parque tecnológico focado em tecnologia de ponta, um investimento de R$ 200 milhões que espera atrair 120 empresas e criar 5 mil empregos.
O chamado PradoTech terá uma área de 30 mil metros quadrados e ficará dentro do Prado Bairro-Cidade, um condomínio fechado (ou bairro privado, como preferem os criadores) de mais de 52 hectares.
A PradoTech busca projetos nas áreas de nanotecnologia, internet das coisas, inteligência artificial, energia e baterias, robótica e área biomédica, revela o jornal gaúcho Zero Hora.
A iniciativa tem nomes de peso por trás, como a Domus Urbanismo, empresa liderada por Carlos Gerdau Johannpeter, além de investidores, a prefeitura de Gravataí e a Unisinos, uma universidade gaúcha com experiência na área de parques tecnológicos.
Vale destacar que apesar do sobrenome famoso de Carlos, a siderúrgica Gerdau não está envolvida no projeto.
Carlos é filho de Jorge Gerdau Johannpeter, mas deixou a carreira de executivo no Grupo Gerdau há quase 25 anos para tocar iniciativas próprias em outras áreas.
O primeiro o do novo PradoTech será a Casa das Startups, uma incubadora de empresas que deve abrir as portas já no primeiro trimestre de 2022.
A incubadora ficará sobre a gestão da Unitec, incubadora de empresas do Tecnosinos, parque tecnológico da Unisinos, que já mantém um empreendimento do tipo em São Leopoldo e acaba de inaugurar outro em Porto Alegre.
O local abrigará ainda a secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia de Gravataí (o relacionamento próximo entre academia, poder público e empresas costuma ser apontado como um pré-requisito para o sucesso desse tipo de iniciativas).
Susana Kakuta, CEO do Tecnosinos, já vinha trabalhando com as iniciativas de tecnologia de Carlos Gerdau Johannpeter desde outubro e em janeiro vai deixar o parque tecnológico de vez para assumir uma nova posição no PradoTech, revela o Jornal do Comércio.
Kakuta é um dos nomes com maior experiência no assunto parques tecnológicos que a PradoTech poderia encontrar.
Ela atua como CEO do Tecnosinos desde o final de 2018, quando veio do cargo de secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia e de Minas e Energia ao final do governo Sartori.
Foi a segunda agem da profissional pela universidade. Na primeira, entre 2009 e 2015, Kakuta liderou a Unitec e foi gestora do órgão que comanda o parque.
No período, Kakuta liderou uma reorganização do Tecnosinos, criando um modelo com mais poderes para a Unisinos, nos moldes do parque tecnológico da PUC-RS, o Tecnopuc.
O período viu a atração de grandes investimentos, como um centro de desenvolvimento da SAP ou a HT Micron, uma t-venture de semicondutores liderada pela Altus em parceria com a sul-coreana Hana Micron.
Hoje, o Tecnosinos reúne 121 companhias. São 10 mil empregos diretos, 20 vezes mais do que em 2009.
O novo PradoTech, cujas obras serão inauguradas nesta quarta-feira, 8, é um tipo de empreendimento muito diferente de parques tecnológicos como o Tecnosinos, no entanto.
O parque tecnológico da Unisinos, assim como o da PUC-RS e outras instituições de ensino espalhadas pelo país, é um modelo do começo dos anos 2000, que visava alavancar a criação de empreendimentos de base tecnológica.
O PradoTech tem esse viés, mas também é uma evolução dos condomínios fechados que na última década começaram a brotar em Gravataí às margens da Freeway, uma estrada que liga Porto Alegre ao litoral gaúcho.
O Prado Bairro-Cidade inclui os já mencionados 52 hectares para casas privadas, em lotes mínimos de 600 metros quadrados dos quais mais da metade já foi vendido, mas também outras ofertas menos típicas.
Ela incluirá no futuro uma unidade do colégio Sinodal, uma instituição de ensino luterana também sediada em São Leopoldo, com ensino bilingue e parceria com universidades americanas e também o Prado Ciudadela, uma área multiuso com restaurantes, supermercado, hotel, banco, shopping center e prédios para consultórios, escritórios e apartamentos.