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A Groq, startup americana sediada na Califórnia que desenvolve processadores para inteligência artificial, acaba de levantar US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,6 bilhão) em uma rodada de investimentos liderada pela BlackRock, multinacional de investimentos e operadora de gestão de ativos.
De acordo com o site Brazil Journal, a série D avalia a empresa em US$ 2,5 bilhões.
Fundada em 2016 por Jonathan Ross, conhecido como o “guru dos chips” da Google, a Groq chegou ao mercado com a promessa de fornecer chips 10 vezes mais rápidos e com um décimo do valor dos microprocessadores atuais.
Ross teve um papel importante na Google por iniciar e implementar o projeto de Unidades de Processamento de Tensor (TPUs, em inglês). Elas são circuitos integrados de aplicação específica (ASICs), usados para acelerar as cargas de trabalho de aprendizado de máquina, uma tecnologia essencial no mundo da I.A.
Já na Groq, Ross deu um o à frente, e desenvolveu processadores, conhecidos como language processing units (LPUs), que são desenhados para obter um maior desempenho em linguagens de grande escala.
Para efeito de comparação, o modelo da Groq consegue gerar 500 tokens (palavras ou conjunto de caracteres) por segundo. A versão do ChatGPT-3.5, utilizada por grande parte do público hoje, gera em torno de 40 tokens por segundo.
Profissionais da área de IA definem a Groq como uma virada de jogo para aplicações que exigem baixa latência (tempo de processar uma solicitação e ter uma resposta).
A Groq é mais uma empresa com potencial para concorrer com a Nvidia, que controla mais de 70% do mercado de chips de IA. Outra concorrente que estaria ensaiando abrir capital é Cerebras Systems, também da Califórnia.
Grandes empresas de IA hoje buscam desenvolver seus próprios chips para não depender exclusivamente dos modelos da Nvidia.
Não há informações sobre quais são os clientes atuais da Groq, mas a startup promete entregar 42 mil chips neste ano e 1 milhão em 2025.
O mercado de chips está em constante crescimento, sendo que Google e Microsoft prometem divulgar projetos similares. Há indícios, segundo o Wall Street Journal, de que o ChatGPT move esforços para levantar até US$ 7 trilhões pelo mundo para reformular a produção de chips.