
A Grow foi criada em janeiro de 2019 a partir da fusão entre a brasileira Yellow e a mexicana Grin. Foto: divulgação.
A Grow Mobility, empresa de aluguel de bicicletas e patinetes elétricos pelas marcas Yellow e Grin, informou que vai encerrar sua operação em 14 cidades brasileiras.
De acordo com o site Mobile Time, entre as capitais onde a empresa vai deixar de atuar estão Belo Horizonte, Brasília, Florianópolis, Goiânia, Porto Alegre e Vitória.
No espírito Santo, Guarapari e Vila Velha também entram na lista. Já no estado de São Paulo, são quatro cidades afetadas: Campinas, São Vicente, Santos e São José dos Campos.
A Grow ainda encerra as atividades em São José, Santa Catarina, e em Torres, Rio Grande do Sul.
Em São Paulo e no Rio de Janeiro, a empresa continua atuando, mas vai deixar o aluguel de bicicletas temporariamente fora de circulação. Por enquanto, os veículos serão submetidos a checagem de operação e segurança.
Já os patinetes que ficavam nas 14 cidades devem ser direcionados para as operações em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.
Ainda segundo o site, a decisão faz parte de um processo de reestruturação e ajuste operacional. Os primeiros relatos que circularam pela web teriam indicado que pelo menos 50% dos colaboradores foram demitidos, mas a empresa não revelou a porcentagem oficial.
“A eficiência econômica é um dos desafios da empresa. Por isso, em 2020, a meta é aperfeiçoar a oferta de seus serviços nas cidades em que atua e expandir suas operações com responsabilidade. A Grow também está em busca de parcerias públicas e privadas para fortalecer e expandir sua operação”, afirmou a empresa ao Mobile Time.
A Grow foi criada em janeiro de 2019 a partir da fusão entre a brasileira Yellow e a mexicana Grin. Com atuação em sete países na América Latina, a empresa de micromobilidade chegou a 20 milhões de corridas em novembro do ano ado.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, a empresa que queria se tornar um unicórnio sofreu nos últimos meses com falta de capital, disputas de poder, questões regulatórias e o alto custo das viagens em patinetes, de R$ 8 para cada dez minutos.
O jornal também afirma que, em 2019, havia expectativa de uma nova rodada de aportes. Em abril, a startup negociava investimentos de US$ 150 milhões liderados pelo grupo japonês SoftBank. A negociação não foi adiante e a Grow teria ficado com o caixa prejudicado.
Também teria pesado a divisão entre os sócios brasileiros e mexicanos: desde o início, a Grin apostava nos patinetes. Já a Yellow via as bicicletas, de preços mais íveis, como porta de entrada de novos usuários.
O cofundador da Yellow, Eduardo Musa, foi presidente da Caloi e os outros dois, Renato Freitas e Ariel Lambrecht, também fundaram a 99, primeira startup brasileira a se tornar unicórnio.
Há menos de 15 dias, a concorrente Lime anunciou que deixaria a região da AL, interrompendo a operação em 12 cidades que não estavam dando lucro. Entre as brasileiras, estavam São Paulo e Rio de Janeiro.
Segundo o site Tecnoblog, empresas como Bird, Scoot e Lyft, que não atuam no Brasil, também deixaram de operar em alguns mercados e demitiram funcionários.
A Uber, por sua vez, começou a oferecer esses veículos no Brasil, inicialmente apenas em Santos, São Paulo.