
Dan Matthews, CTO da IFS.
A IFS lançou nesta terça-feira, 05, o IFS Applications 9, nova versão da sua suíte de software de gestão empresarial, com uma ênfase em mobilidade e colaboração, além de alterações significativas na arquitetura do produto.
Na parte relacionada a mobilidade, a empresa apostou no IFS Lobby, uma tela que reúne as informações de diferentes partes do sistema de acordo com o perfil do usuário, de maneira responsiva ao device da qual elas estão sendo adas.
Diferentes provedores de ERP vem investindo em mobilidade e interfaces mais amigáveis nos últimos anos, mas a abordagem apresentada pela IFS tem o diferencial de ter um escopo mais amplo e abrir mais possibilidades de customização para os usuários.
O mercado tem apostado em apps para funções específicas, desenvolvidos tanto pelas próprias empresas fornecedoras e (ou assim é a expectativa pelo menos) um ecossistema de empresas terceiras, ao moldes da App Store ou do Android Market.
A IFS, por outro lado, já embarcou 40 versões baseadas em perfis de uso no IFS 9. O mais chamativo, porém, é que o software oferece a possibilidade do próprio usuário editar suas telas, criando novas funções a partir de uma gama de parâmetros delimitados por ele.
“Até agora, a resposta para as diferentes necessidades das empresas seriam fazer desenvolvimento. É por isso que essa abordagem baseada em perfis de usuários ainda não decolou”, analisa Dan Matthews, CTO da IFS.
Na parte de colaboração, a aposta foi o IFS Streams, uma interface através dos quais os usuários podem se comunicar com colegas e serem informados do cumprimento de fases no workflow dos seus projetos.
É uma feature importante para soluções de gerenciamento de ativos (EAM) e gestão de serviços (ESM), nos quais a IFS atua, principalmente em empresas de utilities, aeroespacial e óleo e gás, nos quais as empresas se preocupam pela gestão de um mesmo ativo por longos períodos.
As modificações na arquitetura incluem a divisão do código do produto foi divido em um core, no qual são feitas as atualizações, e camadas separadas de extensão, localização e customização.
A estratégia é fazer com que as necessidades particulares de cada cliente sejam atendidas por configurações e não customizações do produto. A grosso modo, a empresa quer inverter a relação de três customizações para cada configuração existente hoje.
Com isso, cada vez que a IFS lançar uma nova versão, ou uma nova feature em algum módulos, os clientes não teriam a necessidade de revisar os desenvolvimentos feitos para atender a cada uma das suas próprias customizações para evitar falhas.
De acordo com Matthews, as empresas participantes na fase beta do IFS (Beijer Electronics, Kimal, Spang Magnetics, VBMS, e Servi Group, quatro companhias européias e uma americana que atuam com produtos sofisticados sob demanda em setores como saúde, energia e eletrônicos com receita na faixa dos US$ 250 milhões) já tiveram resultados que corroboram as expectativas.
O número de customizações na versão necessárias para atender as necessidades dos clientes caiu 85% e o tempo para migrar as adaptações restantes para o novo software foi um terço menor.
Caso os resultados se repitam na medida que os demais clientes comecem a migrar para o IFS 9, a multinacional sueca terá um poderoso incentivo para promover a migração dos clientes para um modelo de software na nuvem, na qual as melhorias são entregues por atualizações contínuas e não grandes migrações.
Em setembro do ano ado, a IFS anunciou um acordo com a Microsoft para oferecer seus produtos na nuvem Azure, com a possibilidade dos clientes terceirizarem com a companhia o e da infraestrutura ou toda a aplicação.
Quando mais simples forem os futuros upgrades, mais inclinados os clientes podem ficar a fazer isso e maiores ganhos de escala poderão ser obtidos com o modelo de negócio. A abordagem ainda é incipiente: nenhum dos cinco clientes do beta embarcou no cloud da Azure, por exemplo.
O faturamento da IFS cresceu 12% em 2014, chegando a US$ 351,1 milhões no ano ado. A empresa tem 2,1 mil clientes em nível mundial, 100 deles no Brasil, onde a lista inclui Corsan, Instituto Butatan, Plaenge e Bardahl.
Maurício Renner cobre o IFS World 2015 em Boston a convite da IFS.