
A Intel investiu US$ 24,8 milhões em uma participação de 30% na Vuzix. Foto: Divulgação.
A Intel investiu US$ 24,8 milhões na compra de uma participação de 30% na fabricante do óculos inteligente Vuzix. A fabricante de chips norte-americana parece determinada a estar na vanguarda dos wearables.
Uma colaboração entre a Intel e a marca de órios de luxo Luxottica já é mantida há "vários anos" para "antecipar o que a tecnologia inteligente para eyewear será no futuro".
Segundo o The Verge, ainda há rumores de que a empresa tenha se comprometido a fornecer os processadores para a próxima geração de Google Glass.
Ao comprar uma participação na Vuzix, no entanto, a Intel também se envolve no lado corporativo dos wearables - uma área em que a funcionalidade supera elegância.
A Vuzix fechou um acordo com a Lenovo para vender os óculos para os mercados industriais e comerciais na China. Segunda a empresa, também são alvos os setores de medicina, varejo e gestão de materiais.
O Google está tentando emplacar nos mesmos mercados com o Glass, desenvolvendo softwares para ajudar na conexão entre o óculos e os cenários reais de trabalho.
Para a Vuzix, o investimento vem em um momento crítico. Embora sua receita do terceiro trimestre de 2014 tenha tido alta de 96%, o prejuízo líquido para o mesmo período foi de aproximadamente US$ 3,3 milhões.
Para analistas, embora o Google Glass já tenha provado que pode ser útil em diversas áreas, os prospectos do wearable se tornar um hit entre os consumidores finais estão diminuindo a cada dia. Chega a parecer, inclusive, que o próprio Google está perdendo sua fé no wearable.
Um indicativo vem de ninguém menos que Sergey Brin, co-fundador do Google e mente por trás do projeto Glass. Desde 2012, Brin comparecia a eventos públicos usando o óculos. Entretanto, estão cada vez mais comuns as aparições de Brin sem o dispositivo.
Entretanto, à parte de análises subjetivas, o Google Glass também vem esfriando em outras frentes. Desenvolvedores para o wearable estariam perdendo o interesse na produção de apps.
De dezesseis software houses que desenvolviam aplicações para o Glass, nove delas afirmaram que interromperam ou abandoram seus projetos para o produto devido à falta de público consumidor ou restrições do aparelho. Fundos de investimentos voltados à desenvolvedoras para o Glass também saíram de cena discretamente.
Um dos motivos para a debandada dos desenvolvedores é o ainda salgado preço do wearable, cuja versão Explorer (a única disponível atualmente) sai por US$ 1,5 mil. É um produto caro para testes, ainda mais considerando que o Google segue adiando o lançamento do Glass para o público geral - e por um preço mais camarada.