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Tá difícil, hein Eike? Foto: flickr.com/photos/N000@7
Um grupo de investidores está preparando uma ação legal contra o empresário Eike Batista, até pouco tempo atrás o homem mais rico do Brasil, com acusações de uso de informações privilegiadas envolvendo a petrolífera OGX.
Segundo destaca o Financial Times, a bomba vem no encalço das crescentes insatisfações de acionistas em função da crise e iminente colapso da companhia do empresário brasileiro. Eike Batista, nem representantes da OGX quiseram comentar o assunto.
O grupo, formado por cerca de 60 investidores com participações pequenas, alegou que já acumulou perdas de R$ 70 milhões até agora, segundo destaca Marcio Lobo, advogado que representa os processantes.
As acusações envolvem Batista e três outros diretores da OGX, os ex-ministros Pedro Malan (Fazenda), Rodolpho Tourinho Neto (Energia) e Ellen Gracie (ex-ministra do Supremo Tribunal Federal).
De acordo com o grupo, Eike Batista teria vendido, no início de Junho, 56 milhões de ações (cerca de R$ 75,4 milhões) de sua companhia, depois de revelar dados privilegiados a eles.
Para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a venda foi realizada pouco tempo antes do anúncio de que suspenderia o investimento nos seus três poços de perfuração, notícias que fez as ações despencarem 35%.
Desde 2010, a empresa já acumula um alarmante índice de queda em suas ações, que já desvalorizaram cerca de 97%.
“Foi claramente um ato feito em má fé. Era evidente que a companhia precisava do dinheiro. Consideramos que eles foram negligentes", afirmou o investidor Aurélio Valporto ao jornal inglês.
Além desta acusação, a CVM está investigando outras treze suspeitas em relação a OGX, devido a reclamações de investidores. No entanto, não foram divulgadas quais os tópicos destas investigações.
No entanto, esta última acusação pode acarretar consequências muito mais sérias para Eike Batista do que "só" a queda de seu até então império da mineração.
Vale lembrar do caso Rondon, que devido à práticas de insider trading, rendeu processo criminal e multas para o empresário Raul Randon e executivos da empresa agrícola gaúcha, que adquiriram 754 mil ações da Randon e de outra empresa do grupo, a Fras-Le, dois meses antes de anunciarem a entrada da empresa Arvin Meritor Inc como sócia do grupo brasileiro.
Na época em que adquiriram as ações, como diretores e sócios da empresa brasileira, os acusados já sabiam da sociedade com os americanos.