
Migração para o S/4 Hana evolui devagar. Foto: Pexels.
As maiores empresas do país estão demorando para fazer a migração dos seus sistemas da SAP para o S/4 Hana, versão em memória do software de gestão da multinacional alemã, fazendo uma aposta silenciosa que o e das versões antigas será prorrogado para além de 2025.
É o que aponta um estudo da Information Services Group (ISG), empresa global de pesquisa e consultoria em tecnologia, sobre o status do S/4 Hana no Brasil e a qualificação dos diferentes fornecedores no mercado.
A verdade é que a versão aberta do relatório mais esconde do que abre o jogo, omitindo números que deem uma ideia mais precisa da situação.
Ainda assim, a análise é interessante, principalmente no que tange no grupo de 1,3 mil empresas que usam sistemas da SAP e que, pelo menos teoricamente, deveriam migrar para o Hana até 2025, quando a multinacional anunciou que vai encerrar o e.
O relatório afirma que muitas empresas no país compram novas licenças SAP Hana para “permanecer em conformidade com os termos de licenciamento”, mas “não tem planos para atualizar seus sistemas antigos de momento”.
A razão da espera é que as empresas estão “aguardando novos benefícios da SAP ou estão apostando veladamente em uma mudança na data de 2025 para o fim do e”.
A expectativa de adiamento não é sem fundamento.
Em janeiro de 2018, por exemplo, a SAP anunciou o lançamento de uma nova versão do seu sistema de RH on premise em 2023.
Com isso, a empresa alongou os prazos de e do sistema on premise de 2025 até 2030.
A virada mostra que a empresa desistiu de colocar as fichas na estratégia de descontinuar o HCM e levar os clientes a migrar para o Sucess Factors, solução de recursos humanos na nuvem adquirida no final de 2011 por US$ 3,4 bilhões.
A SAP também disse que “maioria das inovações” na área de recursos humanos será entregue no Success Factors, mas esse é um argumento bem menos forte para justificar uma migração do que o fim do tradicional produto HCM.
É uma versão em pequena escala do que os clientes esperam que aconteça agora com o S/4, no qual uma migração é um assunto muito mais complexo.
Prova disso é que, ainda de acordo com a ISG, as empresas que estão fazendo upgrades para o S/4 “frequentemente” optam pelas chamadas implementações brownfield, nas quais os novos pacotes de software SAP aproveitam as soluções do sistema legado.
Essas empresas utilizam ferramentas de conversão para transferir suas configurações e personalizações para o SAP S/4 Hana, diz o relatório.
"Os parceiros SAP estão entusiasmados com o fluxo de receita que viria de atualizações generalizadas, mas eles se preocupam que, ao esperar, as empresas causarão um ime que abrirá o mercado aos concorrentes", afirma Esteban Herrera, sócio e líder global da ISG Research.
A ISG não chega a detalhar qual seria esse ime, mas não é difícil imaginar. Confrontadas com o custo de uma migração forçada para o S/4 Hana, os grandes clientes podem se sentir tentados a contratar fornecedores de e terceirizado como a Rimini.
Todo o modelo de negócio da Rimini é baseado na premissa que os clientes podem permanecer com seus sistemas legados indefinidamente, pagando para ela uma fração do e que pagam para a SAP.
A Rimini tem toda uma linha de pesquisas céticas sobre o futuro do S/4 Hana, que devem ser olhadas com uma certa dose de cautela.
A boa notícia para a SAP no relatório da ISG é que o chamado mercado intermediário (midmarket) geralmente adota o SAP S/4 Hana como um projeto totalmente novo (greenfield), no qual o software é implementado como um novo pacote.
Empresas de médio porte estão adotando o software da SAP para substituir sistemas internos ou sistemas ERP obsoletos, diz o relatório.
O relatório ISG Provider Lens SAP Hana avalia ainda a capacidade de 36 provedores de serviços em seis quadrantes: SAP S/4HANA & Business Suite on HANA Transformation — Large s; SAP S/4HANA & Business Suite on HANA Transformation — Midmarket; SAP S/4HANA & Business Suite on HANA Managed Services; SAP BW/4 on HANA and BW on HANA Transformation & Operations; SAP Leonardo Transformation, e SAP HANA Cloud Infrastructure and Platform Services.
O relatório identifica a Tech Mahindra como líder em cinco quadrantes; a Accenture, Atos, IBM e T-Systems como líderes em três e a FH, Infosys, Softtek e Sonda como líderes em dois. AWS, Cast group, DXC Technology, ITS Group, Microsoft Azure, Resource, SAP Consulting, Seidor, SPRO e TIVIT são identificados como líderes em um quadrante.