
O Itaú Unibanco vai fechar o capital da Redecard, comprando os 49,9% da empresa hoje em mãos de outros acionistas por um valor total de até R$ 11,77 bilhões.
O maior banco privado do país, que teve lucro líquido de R$ 14,6 bilhões em 2011, busca com o movimento melhorar a competitividade de sua operadora de cartões.
Não são esperadas sinergias significativas, uma vez que diversas operações da empresa de cartões já estão integradas ao banco.
O anúncio ocorre depois que a Redecard encerrou o quarto trimestre de 2011 com lucro líquido acima do esperado, a R$ 457 milhões.
Analistas ouvidos pela baguete-br.diariodoriogrande.com afirmam que a decisão de fechar uma companhia com boa performance no mercado financeiro – alta de 40% no Ibovespa em um ano cuja média foi queda de 18% - pegou o mercado de surpresa.
Para Carlos Daltozo, analista do BB Investimentos, o fechamento visa dar agilidade para a credenciadora de cartões em um momento em que concorrentes como a americana Elavon, que entrou no Brasil em parceria com o Citibank e visa 15% do mercado nacional até 2015..
Em entrevista coletiva realizada hoje com a imprensa, Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco, afirmou que pretende "acelerar" os investimentos da Redecard. Segundo ele, a empresa ficou "atrasada", mas "o banco terá capacidade de colocar em prática estes investimentos".
Mercado em ebulição
Depois do fim da exclusividade das bandeiras Visa e Mastercard com as operadoras Cielo e Redecard, em julho de 2010, o mercado brasileiros de processamento de cartões começou a entrar em ebulição.
A Elavon, segunda maior credenciadora de cartões dos Estados Unidos, com mais de US$ 270 bilhões em transações anuais, já está em fase de testes no país.
A meta da Elavon é ter 15% do mercado nacional até 2015. Até o momento a empresa já fechou por meio do Citibank com oito grandes clientes – entre eles a Walmart – 20 médias e 500 de pequeno porte.
A entrada dos americanos, que no ano ado faturaram estimados US$ 5 bilhões – o mercado brasileiro inteiro no período foi de R$ 542 bilhões – representa mais um concorrente para os gaúchos da GetNet.
A empresa, que já processava cartões privados, ampliou muito seu mercado potencial ao fechar um acordo com o Santander em março de 2010, mas até agora ambos só conquistaram 1,5% do mercado, deixando o resto em mãos do antigo duopólio Cielo e Redecard.
O banco espanhol, no entanto, promete uma reação. Executivos do banco revelaram no começo do ano planos de quintuplicar sua participação de mercado de cartões.