
Estudo realizado pela KPMG LLP indica uma redução nas expectativas globais de receita e crescimento do setor de semicondutores para este ano.
Apenas 41% dos executivos do setor pesquisados esperam que a receita vá crescer mais de 5% no próximo ano, em comparação aos 78% de há um ano, e 87% em 2009.
Eles também estão mais céticos em relação ao avanço na lucratividade, com apenas 30% antecipando um aumento de mais de 5% nos lucros nos próximos 12 meses, diante dos 37% que em 2010 previam esse patamar de elevação nos ganhos.
"É interessante perceber que, mesmo não sendo um player de destaque, pois a produção de semicondutores no País é restrita, o Brasil tem grande interesse em ampliar sua presença neste mercado", diz Marcelo Gavioli, sócio da KPMG no Brasil.
Segundo Gavioli, o segmento de eletroeletrônicos nacional continua em fase de expansão e demanda enorme quantidade de semicondutores.
“Dos mais de US$ 40 bilhões que o país está gastando este ano com importações de eletroeletrônicos, de acordo com estimativa da Abinee, US$ 5,1 bilhões (ou quase 13% do total) foram usados para comprar semicondutores”, explica o executivo.
As observações de Gavioli estão em linha com os investimentos recentes no setor no país.
Somente no Rio Grande do Sul, a HT Micron, fábrica de semicondutores sul-coreana instalada no Tecnosisnos, anunciou investimento de mais de US$ 15 milhões para antecipar em um ano o início da produção de cartões de memória de 2 e 4 GB no estado.
Além disso, espera-se para este ano o funcionamento da Ceitec, instalada em Porto Alegre.
No geral, segundo a pesquisa da KPMG, o Índice de Confiança no Negócio de Semicondutores construído com base nos dados da pesquisa deste ano foi de 46, em comparação com 60 em 2010, e 61 em 2009.
Vale ressaltar que o índice de confiança encontrava-se em 36 em 2008, indicando que as condições previstas pelo setor agora para 2012 não serão tão severas quanto as do início de 2009, no auge da crise financeira internacional.
No estudo atual da KPMG, os gastos previstos com capital, pesquisa e desenvolvimento e contratações estão em níveis inferiores aos anotados nos anos anteriores.