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Hugo Morales, Jacson Fressatto e Cristian Rocha, fundadores da Laura. Foto: divulgação.
A Laura, startup paranaense especializada em inteligência artificial com foco no segmento de saúde, recebeu um aporte de R$ 10 milhões em rodada seed liderada pela americana GAA Investments com a participação de outros fundos nacionais.
A startup nasceu em 2010 após o arquiteto de sistemas Jacson Fressatto perder a filha Laura por Sepse, conhecida como infecção generalizada. Sua plataforma original, que entrou no mercado em 2016, utiliza inteligência artificial para detectar os riscos dos pacientes terem a doença.
Com ela, é possível priorizar o atendimento em instituições de saúde, gerenciar dados da rotina hospitalar e emitir alertas para a equipe assistencial.
Em março de 2020, a startup criou outra solução, o Laura P.A. Digital, chatbot que realiza a triagem virtual dos casos de Covid-19. Com ele, a empresa está auxiliando gratuitamente os hospitais no período de pandemia.
No total, já foram mais de 10,7 milhões de atendimentos, redução de 25% na taxa de mortalidade hospitalar e cerca de 24 mil vidas salvas por meio de inteligência artificial e tecnologia cognitiva.
São mais de 40 instituições no país utilizando as soluções da Laura, entre elas Grupo Fleury, Hospital Mãe de Deus, Hospital das Forças Armadas (HFA), Santa Casa de Misericórdia, Hospital Alemão Oswaldo Cruz e Unimed Grande Florianópolis.
Com o aporte, a startup pretende escalar sua tecnologia e tornar os serviços de saúde mais íveis, otimizados e eficientes em todo o território nacional, projetando crescimento de 100% no número de contratos fechados até o fim do ano.
Além disso, o investimento será direcionado para a expansão nacional da empresa e para conquistar a validação do produto em outros países da América Latina.
"Nosso objetivo é atender às grandes necessidades do setor da saúde, por isso vamos investir na automatização da gestão do cuidado através da inteligência artificial e na interoperabilidade dos sistemas de saúde", afirma Cristian Rocha, CEO e cofundador da Laura.
Segundo o executivo, parte do montante também será destinada à ciência, para estudos realizados com foco na publicação em revistas internacionais do setor. A ideia é apresentar ao mercado os resultados obtidos em hospitais, secretarias de estado e operadoras de saúde que utilizam a inteligência da startup.
"É muito gratificante saber que os investidores foram atraídos pelo nosso anseio em revolucionar a história da medicina na América Latina. Poder contar com um network de ponta, governança e visão empresarial é, sem dúvidas, a semente que precisávamos para um futuro muito próspero para a saúde", afirma Jacson Fressatto, cofundador da healthtech.
De acordo com a GAA Investments, o impacto social gerado pelas ferramentas da empresa foram fatores decisivos para que os investidores firmassem a parceria.
"Nossa expectativa é que, assim que ganhar musculatura no Brasil, poderemos criar oportunidades internacionais. As expectativas são muito grandes, para que se torne uma empresa global nos próximos cinco anos”, explica Geraldo Neto, investidor líder do GAA Investments.
Já na visão da UGF Participações, um dos fundos nacionais que também participaram do aporte, a tecnologia da Laura corresponde à missão das instituições de saúde tendo as vidas como prioridade.
"Com a Laura ao nosso lado, podemos amplificar o atendimento, digitalizar e levar saúde de forma mais justa, preditiva e na função de cuidar da vida das pessoas de forma escalada, inclusive aquelas que estão desassistidas e sem o a planos de saúde", afirma Richard Oliveira, responsável pela UGF.
Criada em 2017 nos Estados Unidos, a GAA Investments tem como foco oportunidades de negócios e investimentos em startups com tecnologia disruptiva, contando também com empresas como Betterfly, Fligoo e Syos em seu portfólio.