A ARTE DA GUERRA

Lenovo compra CCE de olho na liderança 1g4l6v

05 de setembro de 2012 - 17:57
Yuanquing comprou a CCE e mostrou as garras no Brasil. Cuidado, concorrência!

Yuanquing comprou a CCE e mostrou as garras no Brasil. Cuidado, concorrência!

A Lenovo comprou a CCE por R$ 300 milhões. O negócio dobrou a participação dos chineses no mercado brasileiro para 7% e está no encalço da Positivo, que fechou o ano ado na liderança do mercado, com cerca de 12%.

Entre os ajustes da operação em dinheiro e ações estão cumprimento de alguns indicadores de desempenho da CCE até 2016 que podem aumentar o valor em até R$ 400 milhões.

Conforme o CEO e charmain da companhia chinesa, Yang Yuanqing, a aquisição reforça os planos de crescimento no país, prometendo dar trabalho à concorrência em setores diversos – o educacional, por exemplo.

“Somos a empresa que mais vendeu equipamentos para escolas públicas do Brasil”, afirmou o CEO da CCE, Roberto Sverner que esteve com Yuanqing anunciando a aquisição em um evento em São Paulo nesta quarta-feira, 05.

Declaração que pode ser uma dor de cabeça para competidores como a Positivo, que, conforme rumores nunca confirmados pela Lenovo, chegou a ser sondada pela chinesa em 2008.

As ações da empresa paranaense caíram 12% nesta quarta-feira, perdendo quase toda a valorização adquirida no dia anterior, quando foi feito o anúncio da entrada no mercado de celulares com quatro aparelhos, sendo dois smartphones.

Como o anúncio foi feito sem uma data definida de lançamento, um observador pode se questionar se não se trataria de uma “vacina” da Positivo contra a divulgação da compra da CCE.

Parte da estratégia da Lenovo é chamada de PC+ e foca a expansão da oferta “além PC”, incluindo smartphones, tablets e TVs conectadas, o que deve abrir agora um novo campo de competição com a Positivo.

Nos smartphones, por exemplo, a CCE já tem diversos modelos e promete o lançamento de um novo produto 100% projetado no Brasil para breve.

Já a área de TV a adquirida conhece bem melhor: dos 80 milhões de itens já produzidos pela empresa ao longo de sua história, 30 milhões são televisores.

A Lenovo afirma que o mercado brasileiro de PCs, smartphones, tablets e de televisores inteligentes (SmartTv) é avaliado em US$ 124 bilhões.

A fatia de PCs equivale a US$ 55,5 bilhões, com crescimento anual entre 2012 e 2016 estimado em 12%.

Enquanto isso, o mercado de smartphones brasileiros corresponde a US$ 48 bilhões.

“O Brasil é o único país do BRIC em que não somos o número três em vendas. Com a CCE, vamos mudar isso”, sentencia Yuanging. Recentemente, a Lenovo investiu US$ 30 milhões em uma fábrica em Itu.

A Digibrás CCE, nome formal da companhia, fechou 2011 com receita de R$ 1,6 bilhão e é um dos cinco maiores
fabricantes de computadores pessoais do mundo, com quase quatro milhões de unidades, segundo a IDC.

A empresa produziu no ano ado 774 mil PCs e a expectativa para este ano é de 887 mil unidades.

Segundo o CEO da Lenovo, a equipe de gestão da CCE - incluindo Sverner em seu cargo – será mantida, o que agrega à estrutura da compradora uma equipe de dois mil colaboradores distribuídos na fábrica de Manaus, centro de distribuição e escritórios de São Paulo.

FIM DO PC NACIONAL?
A fusão impulsiona a tendência do domínio das empresas multinacionais sobre o mercado brasileiro de computadores.

Em 2008, os fabricantes multinacionais detinham apenas 22% do volume de vendas de PCs. Já em 2011, a concentração foi de 43% .

“A rendição das empresas nacionais frente às multinacionais é uma realidade provocada pelo alto poder de investimento e competitividade das empresas estrangeiras”, analisa Camila Santos, analista do mercado de PCs da IDC Brasil.

Para Camila, além de se ver livre das altas taxas de importação de produtos para o Brasil, a Lenovo poderá se aproveitar da infraestrutura da CCE para incrementar seu portfólio de computadores e expandir seus negócios com a produção de televisores, assim como celulares e tablets, que contarão com benefícios fiscais.

VAI COMPRAR?
Questionado sobre a possibilidade de novas aquisições – segundo informações que circularam na imprensa chinesa, a companhia teria US$ 3,9 bilhões disponíveis para transações do gênero -, o CEO desconversa.

“Não vamos falar de valores. E quanto às aquisições, sempre fizeram parte de nossa estratégia de crescimento. Compramos a divisão de PCs da IBM há sete anos e a levamos de US$ 10 bilhões para US$ 30 bilhões no ano ado”, comenta ele.

A empresa também firmou t venture com NEC e comprou a Medion, com a qual projeta crescer na Europa.

“Temos estratégia de proteger nosso mercado na China, onde somos líderes, e atacar outros mercados. E estamos preparados para isso”, finaliza o executivo.

Em nível mundial, a empresa tem sido bem sucedida na tentativa de desbancar outro líder de mercado: a HP.

No segundo trimestre, a Lenovo tornou-se a segunda maior fabricante mundial de computadores, com 14,9% do mercado mundial, apenas 0,6 pontos percentuais abaixo dos 15,5% da HP, de acordo com os dados mais recentes do grupo de pesquisa IDC.

Mas a competição deve se encerrar aí. Conforme Yuanqing, a estratégia da Lenovo é se manter em seu mercado principal, fabricando equipamentos e adquirindo companhias que possam expandir a oferta de dispositivos, mas nada na área de serviço, ao menos no curto prazo. 

De acordo com o CEO, a empresa mantém esta área nos parceiros, e não tem "qualquer intenção de comprar, por exemplo, no setor de outsourcing, para concorrer com IBM e HP".

Gláucia Civa cobriu o anúncio oficial da compra da CCE, em São Paulo, a convite da Lenovo.

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