
Números vermelhos na Linx, a campeã do varejo. Foto: https://www.flickr.com/photos/carbonnyc/
A Linx fechou o primeiro trimestre do ano com um prejuízo líquido de R$ 9,1 milhões, frente a R$ 9,4 milhões de lucro no último trimestre de 2019 e R$ 17,1 milhões no mesmo período do ano ado.
Os resultados foram divulgados nesta terça-feira, 9, com um atraso que já havia sido antecipado pela empresa meses atrás.
No seu comunicado a investidores, a empresa justificou o prejuízo por diversos fatores, incluindo despesas não recorrentes no total de R$ 3,5 milhões, envolvendo principalmente o impacto da receita com antecipação de recebíveis oferecido pelo Linx Pay Hub.
Além disso, a empresa teve custos para incorporar as recentes aquisições da PingPag, Neemo, Seta Digital, Millennium e Hiper, bem como os elevados custos com a Black Friday e o Natal, que continuaram pressionando a companhia no primeiro trimestre.
As aquisições e as datas movimentadas pressionaram os custos de serviços, que subiram 21,4%, para R$ 72,8 milhões e as despesas operacionais, que tiveram alta de 47,3%, batendo em R$ 134,7 milhões.
A empresa observou efeitos no resultado da menor receita de serviços, intensificada pelos efeitos da pandemia de Covid-19, e o menor resultado financeiro em função das aquisições de empresas e recompras de ações da companhia realizadas período.
O prejuízo ofuscou os bons resultados da Linx em termos de receita.
A receita operacional líquida da Linx foi de R$208,5 milhões, o que representou um aumento de 17,9% quando comparado ao primeiro trimestre de 2019.
No primeiro trimestre de 2020, a receita recorrente total atingiu R$202,2 milhões, 12% maior do que o mesmo período de 2019 e equivalente a 85% da receita bruta total.
“Diante do cenário do Covid-19, o efeito sazonal já esperado nos primeiros meses do ano, em função da ausência de datas comemorativas, foi intensificado ao final de março com um volume de vendas aproximadamente 50% menor dentre os varejistas que utilizam a nossa plataforma e que começou a melhorar na última semana com a reabertura parcial das lojas. Nesse contexto, o modelo de negócio baseado em receita recorrente demonstrou a resiliência da Linx”, explica Alberto Menache, CEO da Linx.
O poderio da Linx no varejo, onde a empresa tem 42,2% de market share em software de gestão, se tornou um ponto fraco com o coronavírus, que obrigou milhares de lojas em todo o país a fechar.
Em março, a Linx já havia divulgado um comunicado para investidores, alertando sobre “possíveis perdas” para a empresa a partir da segunda quinzena de março, a serem gerados pelos impactos negativos na economia causados pelo coronavírus.