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Jardel Cardoso, fundador e CEO da CredPago. Foto: divulgação.
A Loft, companhia de compra, venda e reforma de imóveis, anunciou a aquisição da CredPago, startup curitibana especializada em contratos de aluguel sem a exigência de fiador.
De acordo com o site Valor econômico, a aquisição inclui a parcela de 51%, que estava nas mãos dos fundadores, e os outros 49%, até então controlados pelo BTG Pactual.
Segundo o NeoFeed, a transação representará um ganho de R$ 1,4 bilhão para o BTG Pactual, valor a ser pago em dinheiro e em ações de emissão da Loft, com uma parte à vista e o saldo em até 24 meses.
Os fundadores da CredPago também serão sócios minoritários da Loft e a transação ainda prevê a oferta de produtos financeiros do BTG Pactual na plataforma do unicórnio.
Fundada em 2016, a CredPago recebeu o primeiro investimento do BTG Pactual em janeiro de 2020, com a compra de uma fatia de 20% da startup. Em julho do mesmo ano, o banco ampliou essa participação para os 49% vendidos agora para a Loft.
O serviço da startup funciona em parceria com 16 mil imobiliárias, onde o futuro inquilino apresenta seu F e tem os dados inseridos na plataforma, que analisa o cadastro do cliente em menos de um minuto.
Se aprovado, ele recebe um e-mail para ler e aceitar os termos de serviços e prosseguir para o pagamento das taxas, que variam entre 8% e 10%. Depois disso, o contrato de aluguel está garantido e o cliente retira as chaves na imobiliária.
O serviço não tem custo para imobiliárias e algumas que utilizam a plataforma são Franciosi Imóveis, Farias Neto, Ibagy, Lélo, Piramid Imóveis, Portal SP Imóveis, Anagê Imóveis e Apolar Imóveis.
No total, a empresa conta com 300 funcionários diretos e 145 mil clientes finais com mais de 123 mil contratos, que resultam em cerca de R$ 40 bilhões em ativos sob gestão. A expectativa é fechar 2021 com mais de 200 mil contratos.
A fusão ará por aprovação regulatória nas próximas semanas e, com a venda, Jardel Cardoso, fundador e CEO da CredPago, continuará à frente do negócio com a mesma equipe, que será uma vertical independente dentro da Loft.
“Os produtos da CredPago têm total sinergia com a proposta da Loft, que é facilitar a transação imobiliária com tecnologia na base e atendimento humanizado na ponta”, afirmou Cardoso em nota.
Segundo Kristian Huber, vice-presidente de investimento da Loft, a fusão com a CredPago é a maior transação já realizada pela companhia e agora as partes vão trabalhar em possíveis avenidas de colaboração.
"Vamos oferecer os produtos da Loft nas imobiliárias, na plataforma do BTG. A ideia é dar mais ferramentas para as imobiliárias conseguirem oferecer serviços cada vez mais completos para os consumidores", adiantou Huber ao Valor.
De acordo com o executivo, a CredPago, conseguiu crescer e ter uma capilaridade nacional sem nunca ter levantando capital de terceiros, além de gerar bastante caixa.
"Aqui na Loft estamos crescendo em todas as frentes e isso nos deu conforto de entrar nessa nova área junto com a CredPago. Sempre vimos com bons olhos as operações de M&A, que são um complemento para nosso crescimento orgânico", afirmou o VP da Loft.
A companhia diz não ter nenhuma meta de aquisições, mas conta com um time que está constantemente analisando oportunidades.
Essa é a quinta empresa adquirida pela Loft nos últimos tempos. Ainda em 2019, a companhia assumiu o controle da Decorati, especializada em reformas de imóveis. Em fevereiro de 2020, comprou a Spry, empresa de pesquisa de mercado.
Em julho do ano ado, foi a vez da Uotel, startup de locação de imóveis que foi rebatizada posteriormente de Nomah e, em setembro, da fintech de crédito Invest Mais.
Fundada em agosto de 2018 pelo alemão Florian Hagenbuch e pelo húngaro Mate Pencz, a Loft compra apartamentos usados, faz reformas com empreiteiros parceiros e revende por valores até 45% maiores que o preço original.
No início de 2020, a empresa se tornou o 11º unicórnio brasileiro após receber um investimento de US$ 175 milhões em rodada liderada pelos fundos Andreessen Horowitz, Fifth Wall Ventures e Vulcan Capital.
Em março deste ano, teve o caixa reforçado por um aporte de US$ 425 milhões, seguido por uma extensão de US$ 100 milhões em abril, e foi avaliada em US$ 2,2 bilhões.