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Luis Inácio Lula da Silva. Foto: divulgação.
O ex-presidente Lula aproveitou uma palestra organizada pela revista Voto em Porto Alegre nesta quinta-feira, 05, para rebater as críticas realizadas pelo presidente do conselho de istração da Gerdau, Jorge Gerdau, durante o Fórum da Liberdade, em abril desse ano.
“É preciso estabelecer uma relação verdadeira entre o governo e os empresários do país, senão as coisas não andam. Por isso, estou aberto a discutir, quero fazer um debate com os empresários, principalmente com os do contra. Essa é uma das razões para eu vir até aqui” comentou, após citar a participação de Gerdau em outro evento da revista, há algumas semanas.
“Tenho certeza que este país não quer retrocesso. Vamos ter eleições, e cada candidato vai prometer o que quiser. Mas o dado concreto é que este país sabe que não pode voltar atrás, alcançou um patamar que nós não temos o direito de brincar de retroceder”, disparou.
Em abril, Gerdau fez críticas duras ao governo durante o Fórum da Libertade, afirmando que o país deveria "parar de brincar de Mercosul bolivariano" e adotar a estratégia de acordos bilaterais com a União Européia e os Estados Unidos adotada por países que não estão no bloco econômico, como Colômbia, Peru e Chile.
Na época, o empresário criticou o modelo de crescimento atual do Brasil. “É preciso aceitar que esse modelo bateu no teto”, mencionando um quadro formado por um ciclo de crescimento baseado na expansão do consumo da população financiado pelo boom de exportações de comodities para a Ásia.
Em contra partida, o ex-presidente rebateu, mesmo sem citar nomes diretamente, as insatisfações de parte do empresariado, um discurso que fez parte do programa de Gerdau recentemente.
“Não está vindo investimento para o Brasil? O Brasil perdeu confiança no mercado? Com que base alguém fala uma canalhice dessas contra o Brasil, se há três anos consecutivos estamos entre o quarto ou quinto entre os países que mais recebem investimento direto?", questionou.
O ex-presidente citou que o Brasil segue com as relações bilaterais estabelecidas com os Estados Unidos e a Europa, mas está fazendo novas parcerias com a África.
“O país não podia depender da relação unicamente com os Estados Unidos e Europa”, alertou, incentivando que os empresários levem seus negócios para o continente africano.
“Nossas máquinas têm a cara deles. É preciso expandir os negócios, é preciso falar do Brasil em Londres, em Nova Iorque e por lá também” disse.
Na palestra, que durou mais de uma hora e meia, o presidente adotou um discurso, em sua maior parte, saudosista e triunfal. Ele recordou por diversos momentos a situação econômica do Brasil antes de chegar ao governo e ressaltou as conquistas realizada pelo seu mandato.
Além disso, buscou também minimizar os problemas de infraestrutura do país e citou o o ao crédito, as exportações, a produção, o consumo e a geração de empregos, especialmente na construção civil, como conquistas do governo.
No final da palestra, Lula teve um encontro reservado com os empresários Jorge e André Gerdau. Alfinetadas à parte, o diálogo ainda fala mais alto.