.png?w=730)
Empresa já havia fechado 25 lojas entre março e abril (Foto: Divulgação)
A Marisa, marca de roupas femininas brasileira, divulgou nesta terça-feira, 16, que irá fechar 91 de suas lojas, processo que custará R$ 62 milhões à empresa.
Atualmente, a rede conta com 334 lojas, sendo 163 delas pontos comerciais de rua. Com a decisão, a empresa perde cerca de 27% de sua presença nacional.
No primeiro trimestre deste ano, a rede já havia experimentado uma perda líquida de R$ 149 milhões, número 64,2% maior do que o registrado em 2022, segundo o Estadão.
Diante desse cenário, a Marisa chegou a fechar 25 lojas entre março e abril e mais 33 em maio. A expectativa é que esse número seja acrescido em mais 33 em junho.
As lojas selecionadas para serem descontinuadas ofereciam ganho ou custo zero para a empresa frente a altos custos operacionais.
Apesar da redução de sua presença no país, a empresa prevê uma queda de R$ 52 milhões em suas despesas. Desse total, R$ 32 milhões serão advindos de uma revisão de estrutura, R$ 10,5 milhões de uma revisão de atividades e R$ 9 milhões de cargos de gestão.
Além disso, o Estadão reporta que a Marisa terá um incremento de Ebtida de quase R$ 70 milhões por ano.
HISTÓRICO
Em um processo de recuperação financeira, a Marisa está ando pela renegociação de aluguéis atrasados.
Em fevereiro, a gestora Rio Bravo Investimentos informou que não recebeu o aluguel de janeiro da varejista, que é a principal locatária do fundo, possuindo 81,47% da receita imobiliária.
No mesmo mês, a Kinea Investimentos também informou que a rede não havia pagado o aluguel de janeiro. Do faturamento total, o contrato da Marisa representa 4% da carteira de imóveis da empresa.
Nos primeiros nove meses do ano ado, a Marisa possuía despesas de R$ 215 milhões com aluguéis. No mesmo período de 2021, o valor era de R$ 179 milhões.
Em relação ao faturamento, a Marisa fechou o terceiro trimestre do ano ado com uma dívida líquida de R$ 566,1 milhões, sendo R$ 188,1 milhões de curto prazo e R$ 42 milhões de longo prazo.
Seu valor de mercado diminuiu drasticamente nos últimos anos. Em fevereiro de 2020, a Marisa valia cerca de R$ 4,7 bilhões. Nesta semana, a companhia foi avaliada em R$ 229,5 milhões.
Atualmente, a rede conta com a consultoria da BR Partners para assessorar a renegociação de dívidas bancárias e com a Galeazzi para melhorar a estrutura de custos da empresa.
No processo, a varejista anunciou que fechou um acordo para vender parte de seus direitos creditórios fiscais.
Ainda de acordo com o NeoFeed, a venda será feita para fundos de investimentos geridos pela Quadra por R$ 100,1 milhões, além de um valor adicional sujeito a determinadas métricas.
Desde 2017, a Marisa já trocou de comando algumas vezes. Na época, Marcelo Araújo saiu da posição de CEO e Marcio Goldfarb, membro da família controladora, assumiu o cargo.
Dois anos depois, Marcelo Pimentel assumiu o negócio até 2021. No mês ado, Adalberto Pereira Santos renunciou ao cargo e João Pinheiro Nogueira Batista, ex-CEO da Evoltz Participações, assumiu o comando da empresa.