
Usuários de internet têm se mobilizado no Twitter para desmascarar o perfil @homofobiaSIM, que espalhava mensagens contra homossexuais nessa quinta-feira, 18.
Segundo a jornalista Giulianna Oliveira Santos, que enviou um e-mail ao Baguete reunindo informações que têm sido retuitadas na rede, o mesmo ID no cliente Destroy Twitter já pertenceu a outro perfil polêmico: @psycl0n, usado para disseminar mensagens homofóbicas pela internet.
Além disso, atribui-se ao mesmo usuário a conta @ju_tedesco, que disseminava mensagens racistas.
O perfil teria sido criado em 14 de junho de 2008, e depois renomeado para as diferentes “campanhas”. A tática seria criar uma conta, causar polêmica, excluir os posts e fechar o perfil em seguida.
No início da manhã desta sexta-feira, 19, o perfil @homofobiaSIM estava encerrado e sem mensagens, exibindo o título “Missão cumprida” na apresentação da página.
Dono do perfil já teria condenação
Vários posts no Twitter apontam que a nova conta do troll – como são chamados os usuários que se dedicam a criar polêmica na rede – é o @trololol98282.
“Atenção : @ju_tedesco que virou @homofobiaSIM agora é @trololol98282. De olho nele! Cadeia para Marcello Melo. #HomofobiaNao”, postou o usuário Markos Oliveira.
Marcelo Valle Silveira Mello, de 24 anos, é o nome do estudante a quem se atribuem os perfis. Ele foi condenado a um ano e dois meses de reclusão em regime aberto, em 2009, pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). O crime: racismo na internet.
Segundo a denúncia do Ministério Público, relatou o site G1 à época, o jovem usou termos como “burros”, “macacos subdesenvolvidos”, “malandros”, “sujos” e “pobres” para ofender negros e afrodescendentes no Orkut.
Em 2009, o MP apreendeu computadores usados por Mello, com autorização da Justiça, e colheu as provas que apontaram o crime de racismo.
Matéria publicada nessa quinta-feira no Baguete indicava que o perfil @homofobiaSIM tinha mais de 15 mil seguidores, tendo o primeiro tweet da conta com esse nome sido postado na madrugada do mesmo dia.
Nesta sexta, apesar da polêmica e do fechamento da conta, o número de seguidores do novo perfil estava em 16.710.
Casos de racismo, homofobia, xenofobia, pedofilia, neonazismo e outros crimes na internet podem ser denunciados no site da organização Safernet Brasil (endereço no link relacionado abaixo).