A Mozilla pretende faturar em 2008 em torno de US$ 65 milhões, aproximadamente a mesma receita obtida em 2007 e 2006. O crescimento contínuo e lento, conforme definição da própria presidente da corporação, Mitchell Baker, é baseado em colaboração.
"Temos em torno de 150 funcionários diretos. Porém, nossas ferramentas são construídas pelas comunidades de colaboradores, distribuídos por todo o mundo. Isso é que faz o nosso crescimento", afirmou. E, para explicar melhor, uma metáfora: "A Mozilla é como uma árvore: o que você vê são os galhos, que são nossos produtos, o tronco, que é nossa marca, nossa equipe, mas a raiz, que realmente suga os nutrientes e alimenta toda a planta, está no desenvolvimento compartilhado, na colaboração, nas pessoas que nos ajudam a evoluir", declarou a presidente, que palestrou no último dia do fisl 9.0, sábado, 19.
Conforme Mitchell, o Firefox não é o único, mas o principal produto da Mozilla. Atualmente, o navegador web de código aberto responde por cerca de 21% do faturamento da companhia.
Mas como, sendo declarada uma organização sem fins lucrativos, a Mozilla vende produtos e alcança receitas milionárias? "As pessoas precisam entender que software livre não significa software grátis. Não é de gratuidade que se fala, mas de liberdade", explica Mitchell. "Obtemos lucro, sim, mas grande parte disso realimenta nossas pesquisas e o desenvolvimento de novas ferramentas, voltando o dinheiro para o interesse público, que é nosso maior foco", complementa ela.
Brasil
Ainda de acordo com Mitchell, o Brasil é um dos países onde esta cultura da Mozilla é melhor compreendida. Aliás, para ela, o país é "um dos maiores, senão o maior, nicho para o software livre no mundo".
Fontes de lucro
Além dos produtos em si, gera lucro para a Mozilla também o marketing realizado via seus softwares. "Assim como vemos sites com anúncios, nós propiciamos espaços para anunciantes em nossas soluções. Por exemplo, no Firefox, os buscadores do Google e do Yahoo! estão presentes, e nisso há ganho com publicidade", comenta a executiva.
Mitchell também falou sobre o Firefox 3, nova versão do navegador. De acordo com a presidente, a solução contará com muito mais recursos de segurança, como ferramentas anti-phishing, além de aplicativos para expansão do uso offline. "A interface com o usuário também foi melhorada, assim como a navegabilidade", destaca.
A repórter Gláucia Civa faz a cobertura completa do fisl9.0 para o Baguete direto da PUC-RS.