André Petenussi, diretor de TI da Netshoes. Foto: Divulgação.
O Grupo Netshoes, que reúne os e-commerces Netshoes e Zattini, realizou durante o último ano uma reestruturação em sua área de TI. O movimento foi comandado por André Petenussi, diretor de TI que ingressou na companhia em abril de 2016, depois de 3 anos na B2W.
A empresa unificou subáreas antigamente separadas em Produto, Desenvolvimento BackEnd e FrontEnd. Para organizar as frentes de trabalho, o diretor reestruturou a equipe em times orientados tanto vertical quanto horizontalmente.
Com base em uma cultura ágil, a empresa dividiu os 270 colaboradores verticalmente em squads, grupos formados por pessoas com especialidades diferentes e focadas em features especificas do negócio – catálogo, ferramentas de marketing, SEO, busca, lojas parceiras, checkout, frete, preço, marketplace, app.
“Em todos os times de desenvolvimento temos pessoas de diferentes skills – product owner, scrums másters, Devs – e cada time tem como objetivo a evolução de um ou mais produtos diretamente relacionados a uma parte do negócio da empresa. Dessa forma, conseguimos ser mais ágeis e mais relevantes ao negócio simplesmente por deixarmos de ter uma estrutura software oriented”, explica Petenussi.
Horizontalmente, as equipes são organizadas por suas habilidades e/ou por seus interesses, com o objetivo de compartilhar melhores práticas, ideias, experiências e desafios entre pessoas que desempenham funções similares.
Com esse movimento, a empresa ou a permitir que pessoas trabalhassem com mais autonomia. O novo modelo também promove um ambiente mais aberto de conversa e troca.
A nova estrutura também promoveu uma infra com maior capacidade de experimentação.
Como os times têm mais autonomia e trabalham os projetos de maneira mais independente, é possível promover testes periódicos de estresse e também testes A/B, nos quais o tráfego para uma página específica é dividido em duas ou mais versões, com o objetivo de medir qual alternativa alcança uma maior taxa de conversão ou receita por visita.
A própria ferramenta de teste já é um exemplo dessa nova formação do time, pois foi 100% desenvolvida internamente, em Java, e permite uma redução de 14 para 5 dias para subir a prova no ar.
“Com a reestruturação, nos aproximamos do modelo de gestão utilizado pelas grandes empresas digitais da região do Vale do Silício. O nosso objetivo é otimizar o trabalho de toda a equipe, tornar o sistema mais ágil e elevar a qualidade do serviço prestado ao consumidor, que no fim, tem que ser sempre o maior beneficiado”, completa o diretor de TI.
Após a reestruturação, o próximo o é o fortalecimento e o desenvolvimento de novas plataformas, desenhadas sob medida para atender às necessidades específicas de negócios da Netshoes e da Zattini, além de outras lojas das quais a empresa cuida da operação.
A Netshoes tem operações próprias no Brasil, Argentina e México, somando mais de 2,5 mil colaboradores. A empresa também opera mais de 20 e-commerces na região, como as lojas oficiais da NBA, NFL, UFC e Puma, e de clubes de futebol como Corinthians, São Paulo, Palmeiras, River Plate, Chivas, América do México, entre outros.
Em abril, o Grupo Netshoes abriu capital na bolsa de valores de Nova York. No IPO, a empresa captou US$ 148,5 milhões, mais do que os US$ 100 milhões esperados pela companhia.
A Netshoes foi fundada em 2000 por Marcio Kumruian e Hagop Chabab. No ano ado, a companhia registrou receita líquida de R$ 1,74 bilhão, contra R$ 1,51 bilhão no ano anterior.
O prejuízo acumulado foi de R$ 151,9 milhões, enquanto em 2015 a cifra ficou em R$ 99,5 milhões.