
Submarino construído com a participação da Nuclep. Foto: Ricardo Stuckert/Agência Brasil.
A Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), empresa da União que fabrica equipamentos pesados para os setores nuclear, defesa, energia e óleo e gás, sofreu um ataque cibernético que pode ter comprometido dados sensíveis.
Segundo o site Security Report, o incidente aconteceu ainda em maio do ano ado, mas o vazamento de informações se confirmou apenas na última semana, quando os dados foram expostos em fóruns na Dark Web.
Na época, a companhia identificou a presença de um malware nos sistemas, exercendo atividades maliciosas e tentativas de manipulação do banco de dados.
A Nuclep afirma ter aplicado, então, os processos de resposta da equipe de sistema de informação e contratado uma empresa especializada para análises forenses. Naquele momento, os dados sigilosos não teriam sido comprometidos, por estarem armazenados em servidores não conectados à internet.
Mais de um ano depois do incidente, algumas credenciais e informações da estatal foram expostas em fóruns clandestinos de hackers, indicando um possível comprometimento.
De acordo com os cibercriminosos, a base de dados exposta incluiria estudos sobre petróleo e gás natural, informações sobre Defesa Nacional, credenciais de funcionários e outros registros de produtos da empresa, potencialmente de valor sensível ao país.
O conjunto das informações totalizaria 250 GB e estaria à venda por US$ 500 mil.
Desta vez, a Nuclep afirma ter comunicado prontamente a Polícia Federal, que instaurou um inquérito, bem como o Ministério da Justiça, CTIR Gov, ANPD, MME, clientes e titulares de dados. Segundo a PF, as investigações seguem em sigilo e a organização não comenta operações em andamento.
A estatal também disse ter reforçado a segurança cibernética com medidas adicionais, desenvolvimento de planos de resposta a incidentes e continuidade de negócios.
Fundada em 1975, a Nuclep foi criada para atender ao Programa Nuclear Brasileiro e tem como objetivos principais projetar, desenvolver, fabricar e comercializar equipamentos pesados para os setores nuclear, defesa, óleo e gás, energia e outros.
A empresa foi responsável pelo desenvolvimento e produção dos equipamentos de reposição das usinas nucleoelétricas de Angra 1 e 2, assim como todos os componentes para as futuras plantas.
Mais tarde, ou a produzir cascos de submarinos e plataformas de petróleo, equipamentos nucleares para a Usina de Angra 3 e protótipos de reatores nucleares.