
Eduardo Schneider. Foto: Divulgação.
As mudanças de aplicações, gadgets e soluções não formam o único problema do cenário anual de TI. Para Eduardo "Dado" Schneider, o dilema generacional das letras (X, Y, Z) no âmbito profissional é mais comportamental do que qualquer outra coisa.
Figura lendária da publicidade gaúcho, Schneider foi o palestrante do último Mesas TI, do Seprorgs, em 2014. Depois de iniciar sua palestra em um segmento totalmente mudo, orientado somente por uma projeção em slides, o executivo disparou suas (duras) opiniões sobre as mudanças no trabalho no século XXI.
"Quando éramos jovens, trabalhávamos para chegar aos 50 anos e conquistar mais tarde os privilégios que os mais velhos tinham. Hoje somos velhos e estamos disputando mercado de igual para igual com pessoas da geração seguinte", observou o executivo.
Para Schneider, um dos fundadores (ao lado de Nizan Guanaes) da DM9, símbolo da publicidade gaúcha nos anos 80, esta mudança não tem mais volta, e a única solução é continuar trabalhando e estudando para não se desatualizar.
"Temos que correr ou seremos todos velhos digitais", decretou o palestrante, apresentando um conceito chamado de Digiriatria (neologismo usando os termos digital e geriatria), referente às pessoas nascidas no século ado, que precisam se atualizar tecnologicamente, mas "velhos" aos olhos dos mais jovens.
De acordo com o palestrante, que também é professor de comunicação na ESPM-RS desde 2002, as gerações Y e Z tem relações diferentes em relação à autoridade, o que muitos gerentes e diretores ainda não perceberam.
"Hoje os jovens não se submetem à condições de trabalho que não os satisfaçam. Hoje para liderar estes jovens é preciso se adaptar e se comunicar da forma certa. É preciso ser legal. Não ser frouxo. Apenas ser legal", afirmou Schneider.
Para o palestrante, o futuro não reserva uma situação de igualdade para as gerações, principalmente à geração Z, jovens nascidos após o ano 2000 e "que não conhecem a diferença entre online e offline".
Schneider vislumbra, porém, uma possível sintonia que atenue esse vão generacional, o que pode ser essencial para sobreviver num mercado de trabalho cada vez mais tecnológico e disputado.
"Se hoje os profissionais de 40 estão ameaçados pelos de 25, daqui a 15 anos será pior, pois a geração Z comandará o mundo, pois são nativos dessa nova realidade. Resta a nós compreender isso para sobreviver", afirmou.