O poker como aliado empresarial 3w1o1x

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31 de maio de 2010 - 16:20

Oficializado recentemente como esporte mental pela International Association of Mind Games (IMSA), na mesma categoria do xadrez, o poker chegou às corporações como ferramenta de metodologia ágil batizada de Planning Poker.

Segundo Reinaldo Schulze, ScrumMaster que atua em uma grande multinacional com presença no Sul, a técnica evita o uso de cálculos complexos e análises dos requisitos e se baseia na bagagem de conhecimento técnico e do negócio de cada membro do time, na comparação entre os diferentes requisitos e no histórico de estimativas.

A estimativa faz parte da metodologia formal de Scrum e estabelece o escopo e tamanho do projeto de desenvolvimento de software.

Entusiasta do método, Schulze afirma que a utiliza há mais de um ano em um projeto que está trabalhando atualmente. “Estimar nunca foi tão tranqüilo”, elogia o profissional.

A opinião é compartilhada por Alexandre Cervieri, desenvolvedor da mesma multinacional. Segundo o profissional, o Planning Poker é uma técnica rápida que permite, a times experientes, estimarem 10 ou 15 estórias (ítens do backlog) em uma hora.

“Esta não é uma técnica de estimativa que busca a exatidão, muito pelo contrário, ela incorpora o fato inerente de que uma estimativa é e sempre será imprecisa, com um grau maior ou menor dependendo do estágio do projeto e do conhecimento do time sobre a aplicação e área de negócio”, afirma Cervieri.

Outro ponto positivo, segundo Schulze, é a cumplicidade que o Planning Poker gera entre os membros do time. “Como a estimativa não é feita de forma arbitrária pelo líder técnico ou gerente de projeto, cada um contribui e se sente dono da estimativa”, declara.

Apesar de existirem sessões de Planning Poker pela Internet e por teleconferência, a dupla afirma que a melhor e mais eficiente forma de realizá-lo é reunindo o time em uma sala.

“E neste caso é todo o time mesmo, não apenas os desenvolvedores, mas também os testadores, coordenadores de ambiente caso existem e outros membros mais especializados (arquitetos, DBAs), todos podem ter contribuições a fazer para a estimativa”, exemplifica Schulze.

Como funciona
O ScrumMaster deve ser o mediador da sessão e o Product Owner pode participar como ouvinte, também respondendo a dúvidas caso necessário.

De posse das cartas de Planning Poker (disponíveis em sites especializados) e da lista de requisitos que devem ser estimados, o time pode escolher a menor estória de todas e atribuir o tamanho 1 ou escolher uma estória média e atribuir o tamanho 5, por exemplo.

“A partir daí é feito um resumo para o resto do time e perguntas podem ser feitas até que o entendimento seja mais homogeneizado. Em seguida, cada pessoa escolhe uma carta com tamanhos de 1, 2, 3, 5, 8, 13, 20 comparando a estória atual com a de referência”, afirma Cervieri.

ada esta etapa, as pessoas que escolheram os valores opostos, menores e maiores, explicarão seus motivos.

Quando existem discrepâncias nas escolhas das cartas é fundamental que seja discutido abertamente qual a razão de uma escolha tão alta ou baixa, trazendo preocupações, detalhes técnicos de implementação ou de teste, declara Schulze.

“É importante que o time entenda que deve ser feita uma comparação de quantas vezes uma estória é maior ou menor que a estória de referência, todas as demais estimativas da sessão são feitas dessa forma. Se o time se mantém o mesmo por muito tempo, trabalhando no mesmo projeto, o histórico de estimativas pode ser usado para futuras sessões”, salienta o profissional.

Dificuldades
Para a dupla especializada na prática, uma das principais dificuldades de aplicar a técnica é o mindset, a alteração na forma de pensar das pessoas envolvidas no processo – o que também acontece com outras práticas segundo os profissionais.

“Não pode existir pressão em reduzir ou aumentar o tamanho das estórias, o time tem que ter a maturidade, autonomia e responsabilidade para discutir e chegar aos valores que realmente mais se adequam considerando a complexidade das estórias e não fatores políticos”, esclarece Schulze.

Case
Como exemplo de uso, a dupla destaca um projeto estratégico de integração entre duas aplicações, gerenciado de forma Waterfall.

“Como não é essa a forma que gerenciamos nosso projeto, nos reunimos para fazer a estimativa e planejamento da integração. Todas as nossas estórias tem tamanhos entre 1 e 13. Na primeira rodada de estimativa chegamos ao número 40”, conta Schulze.

“Após cinco rodadas de Planning Poker a equipe considerou velocidade em torno de 12 a 17 pontos por Sprint. Conseguimos entender que levaríamos em torno de 2 a 3 Sprints para implementar a integração. Esse processo de planejamento inteiro, que envolveu todo o time foi feito em apenas 30 minutos”, completa.

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