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Maurício Vergani. Foto: divulgação.
Em um esforço para escalar sua presença junto a clientes empresariais de pequeno e médio porte (PMEs), a Oi anunciou nesta terça-feira, 02, o lançamento do Oi Mais Empresas, uma nova estratégia de precificação para a operadora e, segundo a companhia, para o mercado como um todo.
O novo produto usa um modelo de preço fixo por linha (convencional, móvel ou banda larga), uma forma de atrair clientes que não querem lidar com diferentes cobranças por uso ou excedentes.
Um exemplo é no fixo. O plano avançado da oferta, que custa R$ 94,90 mensais, compreende um pacote de 10 mil minutos para qualquer fixo nacional e 400 minutos para celulares de qualquer operadora.
Para o celular, são dois planos: um custa R$ 89 mensais e compreende 10 mil minutos para celulares Oi e qualquer operadora, mais 450 minutos para outras operadoras e 5GB de internet 4G. O outro amplia os minutos de outras operadoras para 750 minutos e internet 4G para 15GB, custando R$ 129 por mês.
“Nossa proposta é oferecer um plano simples e transparente, em que o cliente saiba o quanto está comprando e o que pode usar, recebendo o mesmo valor de conta todo mês”, afirmou Mauricio Vergani, diretor de negócios B2B da Oi.
Segundo o executivo, a oferta se assemelha ao modelo de pré-pago usado na telefonia móvel para consumidor final, só que dessa vez para quem tem CNPJ. Entretanto, o modelo também tem suas restrições. No caso do fixo, as ligações internacionais são restritas e podem ser feitas em pagamentos separados, no formato de recargas.
A expectativa da companhia com o Mais Empresas é dar um ganho substancial em PMEs na sua base de clientes B2B. Atualmente a companhia tem 1 milhão de clientes nesse segmento, representando 16% do share de pequenas e médias empresas no país.
“Nossa expectativa é vender 50% mais para PMEs em relação ao que tivemos este ano”, afirmou Vergani, que não detalhou valores e afirmou que a empresa teve um ano “estável” no mercado B2B.
O foco em vendas para o novo produto também exigiu outros investimentos da operadora, que ampliou sua equipe de vendas, contratando cerca de 500 pessoas para ar a nova oferta, assim como desenhou uma nova estratégia de parcerias para impulsionar o Mais Empresas.
“Como é um plano com precificação simplificada, cuja contratação pode ser feita rapidamente, pretendemos vender ele em marketplaces, através de parcerias com agentes digitais. Também vamos fazer ofertas integradas com empresas que vendem equipamentos que usam 4G, como maquinas de pagamento via cartão” revela Vergani.
O foco da Oi em simplificação para o novo produto também foi reproduzido nos canais de atendimento. Para atender a base de clientes do Mais Empresas, a companhia desenvolveu um app exclusivo de atendimento, levando para o mobile diversos serviços que antes só eram possíveis por call center.
Para Vergani, o objetivo foi o de qualificar o atendimento B2B para empresas menores, possibilitando a gestão de contas, contratação de serviços e reparos de forma automatizada via aplicativo.
"60% dos os ao portal de atendimento para cliente PME vem por meio mobile. Por isso transformamos o app em um canal de atendimento abrangente, simplificando para o cliente e aumentando o controle de qualidade do nosso lado", explicou o executivo.
A investida nas PMEs como um drive de crescimento pode ser um caminho para a Oi, que ainda acredita na telefonia fixa - uma de suas cartas na manga em diversas regiões, já que possui uma das maiores redes de país - para recuperar seus negócios.
"Acredito que estamos reinventando a forma de cobrar serviços de telefonia, principalmente o da fixa, que ainda é de extrema importância para as empresas", explica Vergani.
No plano geral da operadora, o mercado de linhas fixas foi o que mais sofreu nos últimos tempos. Segundo resultados do terceiro trimestre de 2015, a empresa teve queda de 10% nos clientes do segmento (corporativo e consumidor), em relação ao mesmo período em 2014.
A companhia apresentou uma receita líquida de R$ 6,827 bilhões no terceiro trimestre de 2015, uma queda de de 2% em relação ao mesmo período do ano ado. Entre os meses de junho e setembro, a Oi registrou prejuízo de R$ 1 bilhão.
*Leandro Souza viajou a São Paulo a convite da Oi.