
João Alberto Oliveira.
João Alberto Oliveira, ex-líder para desenvolvimento de parceiros da CA para América Latina, acaba de ser contratado como novo gerente de canais na região da ASG.
Oliveira fez carreira na CA, onde atuou por 23 anos, ando por uma série de cargos nas áreas técnicas, de vendas, atendimento a cliente e parceiros.
Assim como a CA, a ASG tem um dos seus fortes projetos com tecnologia de mainframe.
“Estamos selecionando proativamente novos parceiros de negócios e integradores que possuam competências reconhecidas nas práticas onde a ASG está focada para expandir nossa força de vendas em todos os países”, afirma Oliveira.
A meta é que as vendas indiretas cheguem a 40% no volume total de negócios da região já em 2019.
Em nota, a ASG não revela qual é esse volume hoje. Em 2017, os parceiros representavam 20% e a empresa divulgou a meta de chegar a 35% até o final de 2018.
O canal no Brasil ainda é pequeno. Em 2017, ele era composto de sete empresas, cobrindo principalmente Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal e Brasília, mas duas delas tem também filiais no Nordeste e no Rio Grande do Sul.
A ASG é uma multinacional americana com soluções de gerenciamento de conteúdo, performance e aplicações, inteligência de dados e sistemas em mainframe e vem sacudindo sua operação em nível mundial, com repercussões na América Latina.
"Nos últimos anos, a ASG tem renovado suas estratégias de atuação, aplicando as mais modernas práticas de gestão em nossa estrutura global. A contratação do João Alberto vai ao encontro desse movimento que, entre outros objetivos, pretende escalar rapidamente nossa participação na América Latina”, diz Paulo Padrão, Senior VP e General Manager da companhia.
Padrão é ele mesmo parte das mudanças. O executivo foi contratado em setembro do ano ado vindo da Infor, onde foi vice presidente da Infor para Sul da América Latina.
O investimento na constitução do programa de canais da ASG, presente por aqui desde o começo dos anos 2000, foi consequência de uma reestruturação maior na companhia, assumida por fundos de investimento em maio de 2015.
Fundos como o KKR e Blackstone assumiram a empresa, em meio a uma reestruturação da dívida da companhia, que já chegava a mais de US$ 600 milhões, o dobro da receita anual.
Com a movimentação, o CEO e fundador da empresa, Arthur Allen, sendo substituído por Charles Sansbury, ex-CFO de empresas como The Attachmate Group e Vignette, atuantes em mercados de software corporativo e de gerenciamento de conteúdo, como a ASG.
Oliveira é o primeiro executivo de alto calibre a deixar a CA em nível latino americano depois da compra da empresa pela Broadcom, um um negócio de US$ 18,9 bilhões anunciado em julho e com previsão de ser concluída no quatro trimestre de 2018.
Companhias como a ASG podem se aproveitar do que parece ser um momento de certa confusão da CA.
Em setembro, a CA cancelou o CA World, seu evento mundial, previsto para acontecer neste ano em Miami entre os dias 12 e 16 de novembro.
Quatro mil pessoas eram esperadas para o evento.
“A decisão foi por cancelar a conferência em vez de reunir tantos dos nossos clientes, parceiros e stakeholders antes de que nós possamos prover um update completo nos nossos planos de integração”, resume a empresa em nota.
Chama a atenção que a decisão tenha sido tomada faltando só oito semanas para o evento, com lugar, palestrantes, participantes e patrocinadores já quase de malas prontas.
A decisão da Broadcom de comprar a CA chamou a atenção do mercado, uma vez que os dois negócios parecem ter muito pouco em comum.
Em nota, a Broadcom disse que a compra era parte da sua estratégia de criar uma “companhia líder em infraestrutura de tecnologia”, uma boa descrição da CA, uma empresa fundada ainda nos anos 70 para fornecer software para mainframes.
Desde então, a CA diversificou bastante sua oferta por meio de mais de 200 aquisições, entrando nos mercados de segurança, gerenciamento de identidades, monitoramento de performance de aplicações, automatização de desenvolvimento de software.
O negócio de mainframe ainda é responsável por mais da metade da receita da CA, que nos últimos anos tem girado em torno de US$ 4 bilhões, os mesmos níveis de 1997.