
Nizan Guanaes. Foto: Divulgação.
A americana Omnicom fechou a aquisição do grupo ABC, de Nizan Guanaes, depois de cerca de seis meses de negociação. O negócio foi firmado em cerca de R$ 1 bilhão.
De acordo com uma fonte do jornal O Globo próxima às negociações, Nizan e seu sócio, João Augusto (Guga) Valente, devem seguir à frente da operação do grupo. Com ações listadas na Bolsa de Nova York, o Omnicom deve anunciar a aquisição ao mercado nesta segunda-feira, 23.
A transação é a maior do segmento de publicidade no Brasil. O Globo afirma que a aquisição do ABC é um o estratégico para o Omnicon na tentativa de encostar nos dois maiores concorrentes globais - o grupo britânico WPP (dono das agências Young & Rubbican, JWT e Ogilvy ) e o francês Publicis (que controla a DPZ&T, Talent Marcel, Neogama e Leo Burnett).
No Brasil, além da DM9, o Omnicom é dono das agências Lew'LaraTBWA e da AmapBBDO.
As líderes Omnicom e Publicis chegaram a anunciar uma fusão no ano ado, em um negócio de US$ 35 bilhões que criaria a maior companhia do mundo, mas o processo não foi oficializado.
O acordo entre Omnicom e ABC prevê o pagamento de R$ 500 milhões em um primeiro momento. O restante será pago em parcelas até 2020, que será atrelado ao desempenho do grupo.
O Valor afirma que quem ficaria com quase 50% dos US$ 250 milhões são o fundo Kinea (que tem 26% do ABC) e o Icatu (23%), que saem do ABC. O Kinea teria investido R$ 170 milhões quando entrou no grupo e pode sair com até R$ 260 milhões.
Guga e Nizan têm fatias minoritárias, mas são os maiores acionistas individuais, à frente do também sócio Sergio Valente, executivo da Rede Globo.
Criado em 2002, o grupo ABC reúne atualmente 14 empresas em áreas como publicidade e relações públicas. A organização reúne empresas como a Agência Africa (responsável por clientes como Brahma, Budweiser, Oral B, Gillette, Itaú e Mitsubishi), DM9DDB e Loducca, além da Pereira & O'Dell, com sede em São Francisco, nos Estados Unidos.
Com faturamento de aproximadamente R$ 1 bilhão, o ABC é o único grupo brasileiro entre os 20 maiores do mundo no ranking global da revista “Advertising Age”.