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Hurd quer pegar tudo na nuvem. Foto: Baguete
A Oracle quer liderar em cloud computing no Brasil, e para isso não descarta a abertura de um data center no país, onde este ano também inaugurou seu primeiro edifício próprio em todo o mundo, com investimento de R$ 165 milhões (dado da construtora Multiplan), em São Paulo.
Foi o que declarou o CEO da multinacional, Mark Hurd, durante a abertura do Oracle Open World, evento que vai desta terça-feira, 04, até a quinta, 06, na capital paulista.
Conforme o executivo, a abertura do data center é “apenas uma intenção, por enquanto”, mas tem tudo para ser posta em prática.
“Somos o único player a oferecer uma solução completa em nuvem, com as três camadas de software, infraestrutura e plataforma como serviço, além de atender a qualquer área das empresas – financeiro, RH, vendas, tudo”, afirmou o presidente.
Para dar uma ideia de demanda pela nuvem, Hurd levantou dados globais.
Segundo ele, o volume de dados gerado globalmente cresceu oito vezes entre 2005 e 2010, e de hoje até 2020 vai aumentar em 50 vezes.
Para ele, o mundo está muito perto de ter mais dados criados do que unidades de disco para á-los, e para atender a este cenário, a ordem é não ampliar os ambientes complexos, mas, ao contrário, simplificar.
“Isso é um mantra”, garantiu. “Hoje, 80% dos orçamentos de TI das empresas vai para manutenção. Onde fica a inovação? É preciso reduzir custos e simplificar. Dos gastos globais de TI, só cerca de 20% vão para servidores, a nuvem tem muito espaço para crescer”, destacou.
Na estratégia de cloud da Oracle, o Exadata Database Machine, solução de hardware e software que é a cereja do bolo da multinacional desde que comprou a Sun, em 2009.
“Em sua última versão, o Exadata roda a base de dados 100 vezes mais rápido do que a versão anterior, e podemos oferecer SLA de cinco minutos de resposta ao cliente”, garantiu o CEO.
Dentro desta oferta, também entram outras duas frentes primordiais para a Oracle no país: Big Data e serviços de engenharia de sistemas.
“Nós fazemos tudo para vocês”, finalizou Hurd.
O CEO RUIM
O presidente da multinacional americana aproveitou sua apresentação para alfinetar a velha briga TI x negócio.
“Sempre que encontro com um CEO, ele me fala: minha organização de TI não é boa. Eu penso: você provavelmente é um CEO ruim”, comentou o executivo.
Justificando-se, ele alegou que não há mágica para solução do problema, mas que a solução está em não depender apenas de que os CIOs e suas equipes entendam e se alinhem às prioridades do core business das empresas, mas também o contrário.
“Nenhum TI acorda dizendo: vou estragar tudo. Uma das questões de TI na indústria é que ela tem menos força que o negócio, e este acaba sempre imperando com suas solicitações, suas demandas por mudanças”, declarou.
Na nuvem, segundo Hurd, os aplicativos tendem a ser padrão. E os CEOs vão ter que engolir.
“Os aplicativos têm de ser modernizados, diz o negócio. E isso é possível. Na nuvem, pode-se trabalhar melhor a padronização disso, com redução de custos, mas só que não se pode achar que magicamente cada nova ideia que os executivos tiverem ao longo do dia poderá ser transformada lá dentro. O negócio tem de aceitar a padronização”, argumentou.
Gláucia Civa cobre o Oracle Open World a convite da Oracle.