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Eduardo Toneloto. Foto: divulgação
A Procter&Gamble (P&G) implantou o Accera DSI (Data Sharing Intelligence), da gaúcha Accera, para gestão de sua cadeia de suprimentos e controle de ações voltadas aos canais de venda.
Iniciado na metade de 2011, o projeto envolve a divisão P&G Salon Professional, que abrange as marcas Wella, Sebastian e Clairol, e foi um dos impulsores do lançamento da linha Clairon Professional, focada em colorações de cabelos para uso profissional.
“Tínhamos a necessidade de entender um novo canal de distribuição e lançar com sucesso a nova marca. Hoje, a marca supera as expectativas de crescimento e a visibilidade proporcionada pelo sistema DSI é chave para esse desenvolvimento”, explica o gerente de Distribuição da P&G, Eduardo Toneloto.
Ele explica que a solução permitiu ampliar a distribuição e o mix de produtos porque ampliou o acompanhamento diário do comportamento das vendas e dos estoques em cada distribuidor, que é responsável por enviar os dados à plataforma.
“A disponibilização desse fluxo contínuo de informações estratégicas provocou uma mudança no perfil dos vendedores, que assumiram um papel consultivo junto aos distribuidores, mantendo sempre o foco no sell-out”, analisa o gerente.
O sistema de visibilidade também permitiu que a empresa asse a definir, com base no comportamento real do mercado, campanhas promocionais de lançamentos e de produtos de baixo giro.
A partir de agora, segundo Toneloto, a meta da nova divisão da P&G é aumentar o número de distribuidores em todo o Brasil e definir um programa de indicadores de desempenho para o seu acompanhamento.
Para tanto, serão usados os dados compilados pela plataforma da fornecedora gaúcha para otimizar a previsão de vendas.
Em breve, outra solução da Accera deverá entrar em uso na empresa. Conforme o gerente, está nos planos a adoção do Accera VMI para gerenciar o processo de ressuprimento, automatizando a geração de pedidos de abastecimento.
No primeiro trimestre deste ano, a P&G registrou receita líquida global de US$ 20,2 bilhões, 1% a menos do que no mesmo período de 2011, com recuo também de 1% nas vendas líquidas no Brasil, onde o faturamento não é aberto.
A empresa, que tem unidades no país em Manaus, Louveira-SP e Queimados-RJ, cresceu 3% em vendas líquidas no grupo que inclui Brasil, Índia e China no primeiro trimestre de 2012, na comparação ano/ano, e tem nestes mercados cerca de 40% de seu faturamento e 45% do volume de vendas.
O investimento na marca de produtos de uso profissional para cabelos tem motivo: conforme dados divulgados pelo Valor Econômico, o volume de vendas de produtos de cuidados com o cabelo cresceu mais de 20% no Brasil no último ano.
E por falar em cabelo, uma das estrelas do portfólio da empresa, que é a maior do mundo em vendas de bens de consumo, é o shampoo Pantene, que em 2007 ou por uma mudança de fórmula para atender ao gosto das brasileiras e ganhou uma “cara nacional”, com Gisele Bündchen como garota propaganda.
Resultado: a participação de mercado dessa linha, que era de 0,5% em 2008, ou para 9,4% este ano.
O investimento no país tem sido a constante que elevou a companhia de quem ou sete anos sem lançar marca alguma no país para o lançamento, de 2007 para cá, de cinco novidades e, só no ano ado, 96 produtos das 25 linhas do portfólio.
Foco que tende a ser mantido: conforme declarou o presidente da P&G no Brasil, o egípcio Tarek Farahat, à Exame, a atual capacidade de produção da empresa está perto do limite e até 2013 está prevista a inauguração de uma nova fábrica em Seropédica, no interior do Rio de Janeiro.
Fornecedora da vez, a Accera atende à multinacional com a experiência de quem não é novo no ramo: clientes de segmentos semelhantes, como L’Oréal, estão na carteira da porto-alegrense.
A empresa, que também atende a nomes como Yoki, Grendene, Penalty, GlaxoSmithKline e O Boticário, é especializada em soluções para gerenciamento da cadeia de suprimentos e demanda.