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O Banco Central decidiu impor limite de R$ 1 mil para transferências feitas durante a noite (das 20h às 6h) pelo Pix, incluindo transações interbancárias, liquidação de TED e cartões de débito (como no WhatsApp Pay).
Será possível também reduzir instantaneamente esse valor, se o cliente quiser. No entanto, caso queira aumentar o limite, será preciso aguardar 24 horas.
A decisão acontece depois de uma explosão de transações suspeitas envolvendo o serviço.
Segundo Paulo Souza, diretor de fiscalização do Banco Central, há 500 transações suspeitas para cada 100 mil transações com Pix (um total de 0,5%), seja de fraude ou em decorrência de um crime como sequestro-relâmpago.
A cifra é 250 vezes maior do que o registrado em março, quando o número era de duas transações para cada 100 mil.
O executivo também declarou que será obrigatório que as instituições financeiras marquem no banco de dados com as chaves do Pix as contas suspeitas de fraude. Antes, a medida era opcional e agora tornou-se obrigatória.
A suspeita de fraude na base de dados do Pix hoje é de aproximadamente meia transação a cada 100 mil.
As medidas acontecem em meio a um aumento dos casos de sequestros relâmpagos que usam o Pix para limpar a conta das vítimas.
Segundo levantamento feito pela Folha de S. Paulo, desde dezembro do ano ado foram registrados cerca de 202 sequestros em que os bandidos utilizaram o Pix, só no estado de São Paulo.
Vale destacar, que já saíram as primeiras decisões judiciais apontando que as instituições financeiras não devem ser responsabilizadas em casos de sequestros-relâmpagos ou roubo de celular.
Uma decisão recente nesse sentido aconteceu na 1ª vara do Juizado Especial Cível da Lapa (SP).
Ao ter o celular furtado, a vítima em questão teve oito mil reais transferidos da sua conta via Pix a partir do aparelho.
Ao não exigir confirmação para a transferência, a vítima afirmou que o banco falhou em proteger a conta e abriu um processo judicial contra a instituição pedindo ressarcimento de danos materiais e reparação moral.
Assim, a juíza Ana Carolina Netto Mascarenhas declarou que a instituição bancária não pode ser responsabilizada pelo fato de a transferência via Pix ter sido realizada fora das dependências do banco.
Em junho, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que falhas de segurança não foram encontradas nos aplicativos dos bancos e destacou que, por terem o aos celulares já desbloqueados, os criminosos realizam buscas por senhas armazenadas pelos próprios usuários em aplicativos e sites.