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Wilson Hsie, Business Development Manager da Softline Brasil. Foto: Divulgação.
Por Wilson Hsie*
Uma coisa não podemos negar: nós brasileiros somos otimistas por natureza. Vivemos dizendo aos outros e a nós que no final tudo vai dar certo. Mesmo diante de cenários de risco, acreditamos que tudo sairá como planejado, desde subir em uma cadeira para trocar uma lâmpada até dirigir respondendo mensagens no WhatsApp. Não a em nossas cabeças que o que estamos fazendo pode ter um final não muito feliz. Ainda, nos falta o hábito de apostar em atitudes preventivas – a não ser o seguro do carro-, com isso, normalmente só agimos quando levamos um susto ou então quando algo de ruim ou de grande impacto acontece.
Fiz essa pequena introdução para ilustrar minha opinião sobre o motivo pelo qual algumas empresas investem ou deixam de investir em um Plano de Continuidade de Negócios. Excluindo as empresas do setor financeiro e empresas que possuem papéis na bolsa, ainda existe um universo de outros negócios que não possuem um plano claro, estruturado e, principalmente, em funcionamento.
Mesmo sabendo que não podemos controlar tudo à nossa volta, e, portanto, minimizar os prejuízos materiais que possam ocorrer, optar por um seguro não deveria ser uma decisão apenas para que tem um automóvel, mas, também para todo e qualquer empresário.
Nas minhas visitas às empresa costumo ouvir muito dos gestores algo como: “Ah, mas nunca tivemos nenhum evento de impacto que justificasse um plano assim” ou “Nossa! É muito caro!” ou pior “Vamos correr o risco”. Isso acontece, pois, o Plano de Continuidade de Negócios é comumente associado a situações de desastres naturais, por exemplo, furação, enchente, incêndio ou terremoto. Mas esquecem que uma greve ou um acidente de trânsito - que impedem o deslocamento de boa parte dos colaboradores - podem prejudicar e muito o funcionamento de uma empresa.
Diferente do que muitos pensam, a decisão de ter ou não um Plano de Continuidade de Negócios não é da área ou gestor do departamento de Tecnologia da Informação. Como o próprio nome diz, o plano de continuidade é de Negócios, ou seja, de responsabilidade do CEO ou do conselho da uma empresa. O papel dos demais departamentos, incluindo o TI, é apoiar na estruturação e manutenção desse plano.
Para iniciar a estruturação de um Plano de Continuidade de Negócios sugiro iniciar por uma simples pergunta: quais são os serviços e processos mínimos que minha empresa deve manter, mesmo em uma situação grande impacto? Respondida essa questão deve-se iniciar um projeto com um completo mapeamento de processos, finalizado com testes que simular um cenário de contingência. Este processo deve ser revisto ano a ano, caso contrário, estará defasado no momento que a empresa mais precisar, por isso a realização de testes deve acontecer uma vez por ano para garantir que tudo ocorrerá dentro do planejado.
Por fim, mais importante do que criar o plano é mantê-lo atualizado, porque as empresas se transformam, os processos mudam, os sistemas são atualizados. E você, acredita que sua empresa deve ou não ter um Plano de Continuidade de Negócios? Deixo para reflexão.
*Wilson Hsie é Business Development Manager da Softline Brasil.