
Thiago Ribeiro. Foto: divulgação.
Lançado no final de outubro pela prefeitura de Porto Alegre, o projeto Poa Digital aposta na abertura de dados da base da istração municipal para o público, no portal Data Poa.
A iniciativa, que compilou e liberou vinte conjuntos de dados referentes à cidade, tem o objetivo de estimular o público - mais especificamente, empresas e jovens programadores - a criarem soluções tecnológicas como apps, usando as informações como base.
Neste primeiro lote de dados, lançado na semana ada, foram abertas informações em setores como mobilidade, saúde, meio ambiente, limpeza pública, turismo e orçamento participativo, entre outros.
Embora o projeto seja uma iniciativa do gabinete da prefeitura, a compilação e organização dos dados ficou por conta da Procempa, empresa de processamento de dados da capital.
Segundo Thago Ribeiro, coordenador do projeto, a prefeitura espera um maior engajamento da população, na criação e participação de iniciativas tecnológicas para o benefício da cidade.
"Seguimos iniciativas como as de cidades como Nova York e São Francisco, que adotaram ferramentas de informações abertas e tiveram bons resultados", observa Ribeiro.
Em São Francisco, por exemplo, em um ano já foram criados pela população cerca de 80 apps, a partir dos dados fornecidos pelo poder público.
Para dar o primeiro o e oficializar o lançamento do Data Poa, o Poa Digital realizou um hackathon com programadores, hackers, jornalistas e representantes de entidades e comunidades para desenvolver as primeiras aplicações.
Do evento já saíram quatro aplicações para Android. Três deles utilizam dados de geolocalização, cada um deles informando diferentes recursos ou lugares disponíveis - postos de saúde, ecopontos e contêineres de recolhimento de lixo.
O quarto app usa dados da EPTC, empresa de transporte público da cidade, em que os usuários podem fazer check-in em ônibus e avaliar suas condições e rotas pela cidade.
De acordo com o coordenador do projeto, a divulgação da plataforma é feita pelas redes sociais, assim como conta com um marketplace específico para o dos apps, dentro do site da própria prefeitura.
Embora os dados sejam abertos, a prefeitura não desencoraja a criação de aplicações pagas com os dados do município. Pelo contrário: segundo eles, o desenvolvimento de aplicações do tipo pode gerar oportunidades e empregos para desenvolvedores.
"O importante é usar estas informações com finalidades úteis para a cidade. Se for um app pago que o público comprar e usar, também é ótimo", avalia Ribeiro.
O plano para o futuro é mobilizar a população a participar no uso e disseminação dos apps e informações. Para isso, nos próximos meses, novos conjuntos de dados devem ser disponibilizados.
De acordo com o coordenador, serão liberados dados complementares de áreas que já tiveram informações abertas, mas outras secretarias ainda não contempladas, como a de cultura, entrarão nos novos pacotes.
"É um processo que leva um certo tempo para a formatação e organização dos dados. Para os primeiros vinte conjuntos, levamos cinco meses, mas agora que já temos a plataforma, seremos mais rápidos", frisa.
E por falar em inclusão de dados, Ribeiro espera que no futuro a plataforma centralize informações não apenas da prefeitura mas também de outros serviços - privados e públicos - que dizem respeito à capital.
"Informações como a do Trensurb, rodoviária e catamarãs, por exemplo, também podem integrar esta base. Gostamos de dizer que não é um portal de informações da prefeitura, e sim informações da cidade", destaca.