
"E aí, será que sai o tal data center?". Foto: Divulgação/Porto do Açu.
O Porto do Açu, no norte do estado do Rio de Janeiro, quer virar o lar de um data center de grande porte, apto a receber operações do que seria de longe o maior centro de dados do país, com 1 gigawatt (GW) de capacidade.
Segundo revela o Neofeed, o projeto será da Vertin, uma empresa especializada em construir centros de dados controlada pelo Grupo Andrade Gutierrez.
Para se ter uma ideia, os dois maiores data centers em construção na América Latina, pela Vertin, em São Paulo, somam 76 megawatts (MW) de capacidade (1 GW são 1.000 MWs).
O empreendimento está em um estágio bem inicial. Até o momento, foi assinado apenas um memorando de entendimento para estudar a viabilidade de implantação de um data center no local.
Com esse estudo concluído, o o seguinte seria apresentar a proposta a possíveis investidores (vários, porque uma obra dessas vai para a casa do bilhão de reais facilmente).
O memorando deve ser assinado na semana que vem durante o Prumo Day 2024, evento anual da Prumo Logística, empresa que opera o Porto do Açu.
Em primeiro lugar, o local dispõe de uma fonte segura e potencialmente barata de energia, com a construção de duas usinas termelétricas movidas a gás natural. Juntas, elas serão a maior estrutura do tipo na América Latina.
Além disso, o porto tem área, com 44 km2 de área disponível para industrialização, água abundante de múltiplas fontes (incluindo de reuso industrial) e até a conectividade, com cabos de fibra óptica submarina próximos do porto.
O Brasil é o principal mercado de data centers na América Latina. Segundo levantamento da Arizton Advisory & Intelligence, estão previstos investimentos de US$ 4,43 bilhões até 2028 em data centers no País.
Atualmente, há 51 unidades prontas no Brasil e outras 22 em construção, cada uma com capacidade acima de 5 MW. O País responde por 1,4% do mercado global, que soma cerca de 12 mil data centers e é avaliado em US$ 350 bilhões.