ÁFRICA

Positivo: fábrica na Ruanda 2c3r1h

27 de novembro de 2014 - 14:55
Dança típica da tribo Batwa da Ruanda. Foto: Ryan M. Bolton / Shutterstock.com

Dança típica da tribo Batwa da Ruanda. Foto: Ryan M. Bolton / Shutterstock.com

A Positivo vai abrir uma fábrica em Kigali, capital da Ruanda, visando fornecer nada menos que  750 mil notebooks e tablets para fins educacionais no país nos próximos cinco anos, dos quais 50 mil até o primeiro semestre do ano que vem.

Os equipamentos serão montados em uma fábrica de 7,5 mil metros quadrados construída em parceira com a argentina BGH, com a qual a empresa brasileira já mantém uma operação conjunta na Terra do Fogo. A título de comparação, a planta de Curitiba tem 59 mil metros quadrados. 

“Estamos confiantes na execução e no sucesso desse projeto em Ruanda pelo know-how que acumulamos ao desenvolver projetos educacionais no Brasil, na Argentina e no Uruguai”, diz Norberto Maraschin Filho, vice-presidente de Mobilidade e Negócios Internacionais.

Em nota, a Positivo não divulgou o valor total do contrato, o investimento na fábrica ou mesmo maiores especificações técnicas e as quantidades separadas de notebooks e tablets a serem entregues, de forma que fica bem difícil especular o valor do contrato.

De qualquer maneira, não vamos desperdiçar a chance de usar a imaginação. A prefeitura de ville compraram recentemente lotes de cerca de 3 mil unidades notebooks da Positivo por R$ 1.750 a unidade e a de Cuiabá tablets por R$ 461.

Provavelmente o governo da Ruanda concedeu generosos incentivos fiscais para criar empregos no país, no qual 90% da população ativa economicamente trabalha na agricultura, em muitos casos de subsistência, gerando um PIB per capita de US$ 1,6 mil, o 172º um ranking com 186º países do FMI e cerca de um décimo do brasileiro.

Suponhamos que entre ganhos de escala, incentivos e custos de mão de obra mais barata a Positivo consiga entregar os mesmos produtos por algo entre 10% e 30% do valor brasileiro e em uma proporção de um notebook para 40 tablets (notebooks para os professores e tablets para os alunos numa sala bem cheia).

Bem, se tudo isso for certo, o valor do contrato deve ficar entre R$ 36,8 milhões no cenário mais barato e R$ 109 milhões no mais caro.

É um volume considerável, mas não tanto assim tendo em conta que a Positivo encerrou 2013 com uma receita bruta de R$ 2,8 bilhões, um crescimento de 21,2% em relação ao ano anterior. Foram 3 milhões de PCs e tablets vendidos, aumento de 27,6% no ano. 

Em entrevista ao site ruandense The New Times, Juan Ignacio Ponelli, um executivo argentino que será o presidente da Positivo na África, disse que o plano da companhia é trazer alguns executivos para posições gerenciais e treinar “engenheiros e equipe local” e produzir equipamentos “íveis para o consumidor africano”. 

Quais são as reais possibilidades da Positivo na África, além do mega contrato fechado na Ruanda (a quantidade é equivalente a um notebook ou tablet para cada 16 habitantes do país, no qual vivem cerca de 12 milhões de pessoas) ainda precisa ser visto.

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