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Paraná Competitivo, do governador Beto Richa, está sob suspeita. Foto: divulgação.
Os investimentos do programa Paraná Competitivo, do governo do Paraná, foram colocados em questão após um levantamento feito pelo jornal Gazeta do Povo, que apontou irregularidades em empresas contempladas pela iniciativa.
A denúncia colocou sob suspeita a cifra de R$ 35 bilhões em investimentos privados que o governo viabilizou nos últimos quatro anos. Segundo a reportagem, o valor divulgado pelo Palácio Iguaçu estaria inflado por projetos suspensos ou de execução incerta e até mesmo por empresas de origem duvidosa.
A análise tomou como referência um relatório publicado pela Agência Paraná de Desenvolvimento no Diário Oficial do dia 27 de janeiro, e que contempla cerca de R$ 2,5 bilhões do montante total investido no programa, em um total de 27 empreendimentos.
Desta lista, quatro empreendimentos confirmados, que levantaram mais de R$ 100 milhões cada, estão paralizados. Um dos casos é o da Atto, de Cascavel, que em julho do ano ado teve o seu protocolo de intenções de investimento de R$ 380 milhões assinado pelo governador Beto Richa (PSDB).
Outros dois projetos que receberam sinal verde do governo paranaense foram os da Mili, indústria de papéis, que recebeu R$ 150 milhões, e da empresa de laticínios Tirol, que teve aporte liberado de R$ 215 milhões. Todos os projetos estão paralisados e sem prazo para serem restabelecidos.
Outra empresa envolvida em denúncias, o grupo Petrópolis, dono da marca de cervejas Itaipava, assinou o protocolo em abril do ano ado, mas até agora não definiu os municípios que deve instalar um maltaria e uma fábrica de cerveja, com investimento de R$ 2,2 bilhões.
A Petrópolis é investigada pelo Ministério Público Federal do Ceará por supostamente ter feito doações à campanha da presidente Dilma Rousseff, nas eleições do ano ado, dois dias depois de ter recebido empréstimos de risco do Banco do Nordeste para a construção de fábricas na Bahia e em Pernambuco.
A empresa respondeu ao jornal paranaense que suas equipes técnicas estão avaliando as melhores opções de áreas onde serão instaladas as novas unidades no Paraná e que está dentro do prazo previsto no protocolo de intenções.
Questionada pelo jornal local, a coordenação do programa não liberou a relação completa dos investimentos do programa, que segundo dados do governo estadual já beneficiou cerca de 230 empreendimentos.