JOGO DE DAMAS

Projeto une mulheres empreendedoras 1w1w1i

08 de março de 2013 - 17:16
Deb Xavier se arriscou no empreendedorismo e hoje vive disso. Foto: divulgação | Lisa Roos

Deb Xavier se arriscou no empreendedorismo e hoje vive disso. Foto: divulgação | Lisa Roos

Muito se fala das conquistas das mulheres no mercado de trabalho, com exemplos de líderes, mentes criativas e revolucionárias. Ir além do debate de gênero é o objetivo do Jogo de Damas, projeto de conteúdo e networking voltado para o público feminino que realiza palestras em Porto Alegre. 

A comunidade é comandada por Débora Xavier, 26 anos, graduanda em Relações Internacionais e e ex-estudante de Arquitetura, pela Ufrgs.

Antes de empreender, a idealizadora trabalhou no Governo do Rio Grande do Sul, na assessoria de cooperação e relações internacionais, e também na Proge, empresa de TI e gestão empresarial, no qual ajudou a desenvolver o Simbio, sistema de controle financeiro para pequenas empresas.

Foi através da Proge que Débora encontrou a vontade de empreender. Os eventos de tecnologia e negócios da qual participava despertaram o interesse no empreendedorismo feminino.

“Tive a ideia de fazer um grupo para mulheres empreendedoras se reunirem todo mês para trocar ideias, contatos, se ajudarem. Quando iniciei, não tinha bem ideia de como seria e do que trataríamos. Depois de um ano, o Jogo de Damas já reuniu mais de mil participantes”, conta.

O primeiro evento do projeto que atualmente ela define como forma inspirar e promover "plataforma de fomento estratégico ao comportamento empreendedor feminino" foi realizado no dia 28 de março de 2012 e o bate papo que era para juntar um “pequeno grupo de uns 15 contatos” acabou por receber 90 pessoas.

“Não queremos discutir angústias femininas. Realizamos os encontros para colocar o conteúdo em prática, não para apenas ficar falando da mulher no mercado de trabalho. Criamos contatos, fazemos uma dinâmica de networking interativa e que gera bastante resultado”, explica.

Nos primeiros eventos, Débora contava com a parceria de três amigas, mas seguiu em “solo” ainda no início por incompatibilidade de ideias. Depois de incentivada pelo sucesso dos primeiros encontros, que trataram de assuntos como negócios e istração, ela diz que resolveu dar continuidade já que viu potencial no seu negócio.

Aos poucos, surgiram convites para participar de eventos e apareceram patrocinadores, o que ajuda na sustentação do Jogo de Damas. Em 2012, Débora pensava em tudo sozinha: organizava agenda, monitorava as redes sociais e montava kits para as participantes.

Neste ano, depois de ganhar trazer uma média de 120 participantes em oito eventos, a empreendedora já conta com uma sócia, Karina Limeira, publicitária que atua na produção  e istração, enquanto Débora cuida da produção e curadoria de conteúdo,e também dos novos negócios do Jogo de Damas. A empresa também tem uma funcionária.

Com a reestruturação do projeto, ela planeja realizar eventos em outros cinco estados e gerar renda através de novos patrocinadores e consultoria para empesas.

“Tenho essa ideia de levar o projeto para dentro das empresas, com treinamento ou palestras de conteúdos específicos”, conta. Na internet, Débora diz que não quer utilizar banner e publicidade agressiva, pois não combina com sua ideia de interação. Atualmente, a página no Facebook conta com 5,3 mil seguidoras.

Dedicada integralmente a este novo trabalho, ela espera ainda que em março já consiga obter lucro com a plataforma de conteúdo e com as palestras, que costumam ter um custo de R$ 50 por inscrição. “Também tenho projetos para criar uma rede de divulgação e indicação de vagas de emprego conforme o perfil da mulher ou da empresa”, revela.

O próximo Dama Day acontece no dia 16 de março e contará com uma programação de um dia inteiro, com debates e mesas redondas. Entre as presenças confirmadas está Luciana Obninski,   editora-chefe da revista TPM; Bruna Eboli, coordenadora da Endeavor RS; e Sônia Hess, presidente da marca Dudalina.

Na área da tecnologia e internet, a programação traz nomes como Gina Gotthilf, ex-gerente do Tumblr no Brasil; Bia Granja, co-criadora do youPix e curadora de conteúdo da Campus Party; e Bel Pesce, empreendedora que virou case após ter agem por grandes companhias no Vale do Silício e abrir sua própria startup.

HOMENS X MULHERES
Com o cuidado de não definir o perfil a partir de esteriótipos, Débora diz que pesquisa e faz muitos cursos sobre empreendedorismo feminino.

“As participantes dos encontros têm como característica estar começando no meio. Por isso, tenho um bom quando trago pessoas que mostram as dificuldades que aram”, aponta.

Para ela, as diferenças de liderança de homem para mulher são muitas por causa do comportamento.

“Mulheres tendem a ser mais colaborativas, mais comunicativas e trabalham melhor em equipe. Homens, em compensação, tem a tendência a ser mais competitivos, a assumir mais riscos”, afirma, destacando que suas constatações também são generalizadas e que tudo depende de cada pessoa, não de gênero.

“O gestor tem que estar mais atento às particularidades individuais e ao conjunto da equipe no que ao gênero, mas sempre levando em consideração demandas específicas como flexibilidade de horários, no caso das mulheres que são mães”, aconselha a jovem mãe de uma menina de 10 anos.

A maternidade, segundo ela pode ajudar a mulher no trabalho, mas há uma diferença grande entre istrar um lar ou uma empresa. “Não consigo istrar a casa com a mesma eficiência que tenho no ambiente de trabalho”, compara.

Débora diz que o perfil multitarefas da mulher permite uma facilidade com problemas e, ao mesmo, tempo manter a concentração. O problema dessa versatilidade é a falta de uma divisão de tarefas – como acontece no ambiente de trabalho – em casa. “Aí fica difícil manter a qualidade em tudo com essa dupla jornada”, argumenta.

Outro desafio, além do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, é a consolidação em áreas de liderança e a conquista de espaço em áreas tradicionalmente masculinas. “Também, o ambiente corporativo ainda é bastante masculino, falta o fomento a um ambiente mais receptivo para as mulheres, suas habilidades, necessidades e especificidades”, acredita.

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