PUC-PR cria rastreador de prova de cibercrime 454n16

O Programa de Pós-Graduação em Informática (PPGIa) da PUC-PR acaba de anunciar os resultados de uma pesquisa que promete, mediante a identificação e rastreamento de e-mails, produzir provas digitais que comprovem a ligação do cibercrime cometido com seus autores. 403o5u

21 de dezembro de 2010 - 10:59

O Programa de Pós-Graduação em Informática (PPGIa) da PUC-PR acaba de anunciar os resultados de uma pesquisa que promete, mediante a identificação e rastreamento de e-mails, produzir provas digitais que comprovem a ligação do cibercrime cometido com seus autores.

O projeto, CNPq/MCT, iniciou as pesquisas em 2008. Os resultados ainda são experimentais, mas já atingem taxas próximas a 98% e demonstraram que é possível usar o rastreamento em relacionamentos por e-mails para a produção de provas digitais.

"Os testes realizados tiveram por base 179 e-mails, totalizando mais de 120 mil palavras, com uma média de 670 palavras por e-mail", explica a coordenadora do grupo de pesquisa, Cinthia Obladen de Almendra Freitas.

Conforme Cinthia, o estudo visa à aplicação de mecanismos de agrupamento e classificação das conversações por e-mails.

"Além da grande utilização da ferramenta eletrônica e-mail para uso convencional, observa-se também o aumento de crimes realizados por meio de serviços virtuais, ou seja, as denominadas condutas criminosas no cyber espaço", destaca ela. "Um exemplo é a propagação de crimes de pedofilia na Internet e casos de assédio sexual, que lideram as denúncias", completa.

Neste sentido, Cinthia explica que o projeto vem trabalhando na implementação de um mecanismo para auxiliar os peritos na produção de provas digitais a partir dos e-mails.

O rastreamento funciona com base na aplicação de diferentes técnicas de agrupamento e classificação das informações, especialmente entre dados textuais, para identificar contextos de palavras criminosas (sentenças) nas conversações.

Em seguida, mediante a identificação e análise destes agrupamentos, são colhidas provas digitais que constituam o nexo causal no processo judicial, ou seja: que comprovem a ligação do cibercrime cometido com o seu autor.

Segundo Cinthia, este projeto de pesquisa está ligado a outra iniciativa que tem por objetivo o estudo e identificação de assédio moral em e-mails, bem como das emoções associadas às mensagens eletrônicas com traços deste tipo de crime.

"A internet não é uma terra sem leis. Pelo contrário, quem utiliza tal ferramenta para se relacionar inegavelmente deve responder por seus atos com base na constituição federal e nos códigos civil e penal", enfatiza Cinthia.

Como funciona
Quando um crime virtual ocorre e é denunciado, os órgãos competentes o tipificam de acordo com a legislação onde ocorreu.

Após a tipificação, normalmente é necessário que um profissional especializado realize uma perícia nas evidências do crime, para que seja comprovada a ligação do cibercrime cometido com o seu autor.

Geralmente, o processo é demorado por ser manual. É aí que entra o novo mecanismo, em desenvolvimento no Paraná.

"Este mecanismo é capaz de identificar com rapidez se os e-mails são classificados como criminosos ou não", pontua a coordenadora do projeto.

Crescimento que preocupa
Conforme Cinthia, a preocupação com a investigação de e-mails e outras ferramentas da Internet se dá em função também do aumento do uso destes meios nos últimos anos.

Só no Brasil, cerca de 68 milhões de internautas am diariamente e-mails, redes sociais, sites, blogs e outros portais, atualmente, segundo dados apontados pela PUC-PR.

"A procura pelo espaço cibernético não trouxe apenas benefícios. Ao contrário, elevou também os crimes digitais. Buscamos minorar a incidência destes crimes por meio do rastreamento dos criminosos virtuais com mais rapidez e eficiência", finaliza a doutora.

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