
Gabriel Silvestri, UX Designer na Ilegra. Foto: Divulgação.
*Por Gabriel Silvestri
Nada mais do que a ponte para deixar as pessoas realizarem determinadas tarefas, a Interface ou UI (interface do usuário) parece simples na teoria, mas é algo bem complexo na prática. Uma interface pode ter várias formas, tamanhos e tipos, sendo as mais comuns as telas de websites ou aplicativos de celular.
Quando falamos em tela, nos referimos a itens como o de um carro, botões de um liquidificador, microondas, tamagochi ou até mesmo uma chave de fenda. No caso desta última, a mesma é a ponte para realizar a tarefa de apertar ou soltar um parafuso. Simplificando: a interface é o intermediador entre uma pessoa e o objetivo.
Com o avanço da tecnologia, a cada dia surgem novos devices - como computadores, smartphones, smartwatches, wearables, smart TVs, vídeo-games e até mesmo aparelhos eletrodomésticos -, com interfaces complexas de serem utilizadas.
Nos anos 80, as interfaces gráficas dos computadores pessoais, como Macintosh e Windows, facilitaram de uma maneira incrível a usabilidade desses aparelhos por pessoas comuns. Antes da existência de interfaces gráficas para computadores pessoais, poucas pessoas conseguiam utilizar esse tipo de equipamento. Desde então, as interfaces evoluíram muito, tornando-se cada vez mais fáceis de serem utilizadas e íveis a todos os tipos de pessoas, até mesmo para quem não possui visão, que é o caso de interfaces conversacionais e auditivas.
UI x UX
O profissional que trabalha com UI Design é aquele que projeta interfaces gráficas, utilizando softwares como Sketch, Adobe XD ou Figma. Ele escolhe as melhores cores, fontes, tamanhos e formatos da interface. Já o profissional de UX realiza pesquisas e pensa na experiência do usuário como um todo, desde a jornada, criação de personas, Canvas ou blueprints, wireframes e esboços iniciais, roteiros de chatbot, até o texto de diálogo de uma interface.
A UI está inserida dentro do processo UX. É uma disciplina que tem como objetivo criar interfaces que sejam elegantes, fáceis de usar e ajudem o usuário final a completar suas tarefas e objetivos. A criação de uma interface pode aparecer em várias plataformas, como:
- Aplicativos ou sites
- Totem de auto atendimento
- Chatbot
- Dashboards com informações específicas
- Aplicativo de uma SmartTV ou SmartWatch
Os 4 elementos principais de uma interface:
Dentro de cada interface existem elementos que possibilitam que um usuário realize suas tarefas. Tais elementos estão presentes no mundo digital e real, sendo caracterizados como:
1 – Botões, componentes e formas
São elementos essenciais e indispensáveis que permitem interagir e utilizar uma interface. Existem muitos tipos de botões e elementos, como:
Botões de ação: responsáveis por permitir ações como salvar, continuar, excluir etc. Com eles são realizadas as principais interações dentro de uma interface, seja ela digital ou analógica;
Botões checkbox: permite marcar ou desmarcar quantas opções e elementos achar necessário, sem mistérios;
Botões Rádio: diferente de um botão checkbox, somente um botão rádio pode ser ativado por vez. É como se fosse um interruptor de luz, só pode ficar ligado ou desligado. São chamados assim porque os botões de aparelhos de rádios antigos só podiam estar ativos apenas um por vez. Hoje, esse é um conceito que veio para o mundo digital e é amplamente utilizado em praticamente qualquer tipo de interface.
2 – Tipografia e copy
É praticamente a base de uma interface. São raras as exceções que uma interface digital não precisa de elementos tipográficos e textuais. “Copy” é um termo bastante usado no mundo de UX e publicidade e, por incrível que pareça, nesse contexto não significa “cópia”.
É algo que faz referência a algum elemento textual de uma interface, como, por exemplo, um texto de algum diálogo ou botão.
3 – Ícones
São utilizados para indicar uma ação ou alguma informação. É um elemento essencial dentro de uma interface. A Google, por exemplo, usa ícones em praticamente todos os lugares possíveis - comece a reparar.
4 – Cores
A escolha das cores corretas faz toda a diferença dentro de uma interface, podendo deixá-la atrativa ou inútil.
Antes, o designer de interfaces era uma pessoa que precisava ter conhecimentos artísticos avançados, saber manipular imagens e manjar muito de photoshop e ilustração. Hoje em dia, tudo ficou menos complexo e mais fácil de ser desenhado. Agora, o profissional dessa área precisa se especializar mais em boas práticas de design de interface e usabilidade, e não mais em ilustração e ferramentas de manipulação de imagem.
De nada adianta ter uma interface elegante se ela não ajudar o usuário a completar os seus objetivos.
*Gabriel Silvestri é UX Designer na Ilegra. Artigo publicado originalmente no blog pessoal.