SNAPDRAGON 820

Qualcomm quer high-end de volta 396x3x

Empresa quer competir em mercados emergentes como realidade virtual, carros conectados, e dispositivos inteligentes (IoT). 4c554x

11 de novembro de 2015 - 15:33
Derek Aberle, CEO da companhia.

Derek Aberle, CEO da companhia.

A Qualcomm fez questão de marcar a ocasião para o lançamento de seu mais recente processador Snapdragon 820, novo carro-chefe da companhia para os dispositivos de alto desempenho e aposta para ser novamente o referencial neste segmento.

Em um evento para jornalistas em Nova Iorque, a fabricante de chips anunciou o novo produto não apenas como o mais avançado para o segmento mobile, mas também um competidor em outras verticais emergentes, como realidade virtual, carros conectados, e dispositivos inteligentes (IoT).

Para a companhia norte-americana, o lançamento será um componente vital no crescimento previsto para os próximos anos, nos quais a Qualcomm pretende somar um total de 8,5 bilhões de chips fabricados de 2015 a 2019, um crescimento de 53% na base instalada.

De acordo com a Qualcomm, cerca de 60 designs com o Snapdragon 820 já estão em desenvolvimento pela fabricantes parceiras, e já devem atingir o mercado a partir do segundo semestre de 2016.

"O 820 está no centro de uma série de investimentos, com foco tanto no aumento de recursos e capacidades, mas também de expansão da nossa escala de penetração", afirmou Derek Aberle, CEO da companhia.

O produto é resultado de uma série de lançamentos de componentes realizados pela empresa durante 2015, resultando em uma arquitetura inédita em 14 nanômetros para a fabricante.

O Snapdragon 820 consiste principalmente nas novas U Kryo e na placa gráfica Adreno 530, que segundo a Qualcomm tem capacidade dobrada de desempenho em relação ao Snapdragon 810. 

Entretanto, outros componentes secundários também são inéditos, como a placa de rede X12 LTE, capaz de atingir picos de 600mbps em 4G, e novos processadores para imagem (Spectra 14-bit) e sensores (Hexagon 680 DSP).

No caso do processamento de sensores, uma aposta da Qualcomm é levar o chip para produtos como óculos de realidade virtual (VR, na sigla em inglês), que contam na detecção de movimento em tempo real para criar experiências imersivas.

Segundo um estudo divulgado pela consultoria Tractica, os gastos de consumidores em produtos de VR pode atingir US$ 21,8 bilhões em 2020.

Realidade virtual é uma tendência a despontar há algum tempo e muitos analistas tem colocado suas fichas que agora a tecnologia está pronta para atingir o mainstream. 

A Qualcomm, no entanto, parece querer ser uma fornecedora de chips e não entrar diretamente no mercado. Recentemente, a empresa vendeu sua unidade de realidade aumentada Vuforia para a PTC por US$ 65 milhões, um desvio na estratégia de tecnologias de realidade.

"Ainda acreditamos no potencial da AR junto ao nosso ecossistema, embora deixamos de desenvolver essas tecnologias internamente", desconversou Tim Leland, VP de Produto da Qualcomm.

No final das contas, o agito em torno do novo processador é a tentativa da empresa norte-americana em reaquecer sua presença no mercado, depois de sofrer duros golpes no último ano.

Embora a empresa tenha seus designs em diversas fabricantes, como LG e Motorola, a empresa sofreu quando a Samsung deixou de usar os chips da Qualcomm nas linhas Galaxy S e Galaxy Note para desenvolver seus processadores internamente.

Para completar, o crescimento da Apple no mercado high-end não ajudou. A empresa também desenvolve seus próprios chips.

Além de Apple e Samsung, outras fabricantes como MediaTek (conhecida por processadores na faixa de entrada e intermediária) e Intel também querem sua fatia do mercado high-end, onde estão os consumidores com maior poder de venda.

Tudo isso está complicando a vida da Qualcomm. No seu ano fiscal fechado em setembro, a empresa registrou vendas de US$ 25,3 bilhões, uma queda de 5% e abaixo do resultado esperado de US$ 27 bilhões. O lucro líquido caiu 34%, para US$ 5,3 bilhões.

Meses antes, a fabricante de chips já havia anunciado planos de cortar US$ 1,4 bilhão em custos operacionais, reduzindo 15% dos seus postos de trabalho.

Para Travis Lanier, VP de Marketing Produto da Qualcomm, a companhia confia no alinhamento de esforços com o ecossistema de fabricantes, operadoras e desenvolvedores de aplicações para maximizar os recursos do novo Snapdragon.

Para o executivo, o chip conta com um número extenso de features para atender os mais variados designs das fabricantes e trazer diferentes experiências para os usuários, entregando no núcleo um desempenho consistente.

"A competição terá dificuldades, pois temos uma integração no mercado que nenhuma outra fabricante do nosso segmento possui. Este diferencial nos faz ter o melhor produto", dispara o executivo.

* Leandro Souza viajou a Nova Iorque a convite da Qualcomm.

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