
Qyon tem uma mega sede em Americana. Foto: Divulgação.
A Qyon, nova empresa de sistemas de gestão do fundador da Folhamatic, Maurício Frizzarin, acaba de abrir uma aceleradora de startups dentro da sua sede em Americana, no interior de São Paulo.
A meta da Qyon Engine é investir R$ 10 milhões em 20 startups, tanto em estágio inicial como avançado, com períodos de incubação de até dois anos, aos quais poderá suceder um investimento.
Durante esse período, a empresa poderá se instalar na sede da empresa e ter assessoria de marketing, contábil, financeira, jurídica e de R&D, além de participar de reuniões periódicas com o Comitê de Mentoria da Qyon Engine.
A sede da Qyon tem 8 mil metros quadrados de área útil e já foi pensada como espaço multiuso, com escritórios para aluguel e coworking voltados para profissionais liberais e empresas.
A fundação da Qyon foi anunciada oficialmente em agosto, com planos ambiciosos, que incluem um investimento de R$ 100 milhões no Brasil até 2021.
Desde então, a empresa tem feito uma divulgação atrás da outra, tendo feito três aquisições de startups.
Foram compradas a Flip, um sistema de de gestão na nuvem, usado hoje por 206 clientes; a Geiko, um software de gestão de relacionamento com clientes com 118 clientes e Dokfile, uma companhia com 10 anos de atuação no segmento de gerenciamento de documentos fiscais.
No caso da Flip e da Geiko, Frizzarin parece estar fazendo as compras também de olho em profissionais com os que teve contato no tempo da Folhamatic, empresa que fundou com 17 anos em 1990 e vendeu para a gigante inglesa Sage em 2012.
George Pinheiro, sócio nas duas empresas, trabalhou por 10 anos na Folhamatic, onde chegou a ser gerente de desenvolvimento web.
Com a venda para a Sage, Pinheiro permaneceu por quase dois anos na multinacional britânica, atuando como gerente de desenvolvimento de sistemas, à frente de uma equipe de 110 pessoas. Ele assumiu como diretor de desenvolvimento na Qyon.
O diretor comercial da Qyon é Marco Paulo de Castro, que já havia sido gerente comercial na Folhamatic e era gerente de canais estratégicos dentro da Sage até março.
Capital para investir Frizzarin provavelmente tem de sobra.
Frizzarin vendeu 75% da Folhamatic para a Sage em 2012, por R$ 398 milhões, uma venda parcial que foi na época o segundo maior negócio do setor de software do país, só atrás da compra da Datasul pela Totvs em 2008, uma operação de R$ 700 milhões.
O empresário ficou ainda com os 25% restantes até 2015, quando o vendeu essa parte por um valor não divulgado. Se o preço foi proporcional ao pago em 2012, ficaria em mais R$ 132 milhões.