
Elly Resende, CIO da Rio 2016. Foto: Erik PB.
Há pouco menos de um mês do início dos Jogos Olímpicos 2016, no Rio de Janeiro, a implantação da infraestrutura de tecnologia está 80% concluída.
Segundo o CIO da Rio 2016, Elly Resende, o projeto está dentro do cronograma.
“Há estruturas temporárias que necessitam de infraestrutura tecnológica, por exemplo, que só serão montadas dois dias antes do evento, então não é esperado chegar na implantação completa antes disso”, explica Resende.
Com orçamento de aproximadamente R$ 1,5 bilhão, 20% do valor destinado aos jogos, a área de tecnologia tem como principais fornecedores Cisco, Atos e Embratel.
Os jogos ainda contam com a participação de Omega, Panasonic, Samsung, EMC, Microsoft e Symantec.
A Embratel é a responsável pela infraestrutura de telecom dos jogos. A empresa conta com uma rede de cabos ópticos de mais de 55 mil km e abriga a estrutura física de dois data centers.
Entre os serviços prestados pela Embratel durante o evento esportivo estão soluções de vídeo, voz e dados, além de transmissão de vídeo em alta definição, aplicações de segurança, hosting e comunicações unificadas.
Para as Olimpíadas, a Cisco fornece mais de 100 mil portas de rede LAN, 7 mil pontos de o wi-fi e mais de 500 servidores, além da segurança de equipamentos redundantes e 150 equipamentos firewall e NGIPS (Next Generation IPS). São mais de 12 mil dispositivos de rede e 60 toneladas de equipamentos
Já a Atos coordena o Centro de Operações Tecnológicas (TOC) para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. A equipe do espaço supervisiona todos os 144 locais Olímpicos de competições e de não-competições, monitorando e controlando os sistemas de TI que permitem a condução dos jogos.
Atualmente, segundo Resende, representantes das companhias participam de reuniões quase diariamente para alinhar o trabalho.
A experiência com os jogos olímpicos não é a primeira de Resende com grandes eventos, pois ele atuou como gerente de telecomunicações do Comitê Organizador dos Jogos Panamericanos Rio 2007.
O executivo ainda ou por empresas como Brasil Telecom e Claro.
Pelo cronograma de implantação, o setor de tecnologia parece estar melhor encaminhado que muitos dos projetos do Rio 2016.
Na área de mobilidade urbana, por exemplo, ainda não estão prontos o metrô linha 4 e o BRT Transolímpica, duas grandes obras que servirão como principal meio de locomoção para o Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, e o Complexo de Deodoro, na Zona Norte.
Além disso, há uma preocupação por parte dos turistas e da população local com a segurança pública, que a por um momento de alta no número de assaltos, por exemplo. A cidade está com seu maior índice de roubos dos últimos 26 anos.
O fator segurança, juntamente com preocupações como o zika vírus e o momento político e econômico do Brasil, também parecem estar impactando na falta de vibração com as Olimpíadas.
Com isso, a Rio 2016 ainda não atingiu sua meta de venda de ingressos. Até o momento foram comercializados 70% do total de ingressos disponíveis.
Na questão esportiva, as maiores críticas são para a baía de Guanabara, que recebe as competições de vela. Devido ao lixo presente no local, a federação internacional de vela (Isaf) pediu um monitoramento diário da qualidade da água durante os jogos.
Os Jogos Olímpicos ocorrem entre os dias 5 e 21 de agosto, enquanto as Paraolimpíadas serão entre 7 e 18 de setembro.
*Júlia Merker viajou ao Rio de Janeiro a convite da Cisco.