RS terá fábrica de semicondutores 2p165l

A t-venture HT Mícron, divida meio a meio pela coreana Hana Micron e um grupo de empresas e bancos brasileiros liderados pela gaúcha Altus, vai investir US$ 200 milhões nos próximos cinco anos na construção de uma fábrica de semicondutores no Rio Grande do Sul.
10 de dezembro de 2009 - 13:00
RS terá fábrica de semicondutores
A t-venture HT Mícron, divida meio a meio pela coreana Hana Micron e um grupo de empresas e bancos brasileiros liderados pela gaúcha Altus, vai investir US$ 200 milhões nos próximos cinco anos na construção de uma fábrica de semicondutores no Rio Grande do Sul.

O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 09, em uma reunião no Piratini pelos acionistas Ricardo Felizzola, presidente do conselho de istração da Altus, e o CEO da Hana Mícron, Chang Ho Choi. O investimento inicial é de US$ 30 milhões e os empresários esperam  faturar US$ 160 milhões até 2012.

“O sucesso dessa iniciativa está baseado em unir tecnologias de fora com pessoas daqui, que estão há anos no setor eletrônico brasileiro”, comenta Felizzola, destacando o enorme mercado potencial representando pelo bilionário e crescente déficit da balança comercial na área de eletrônicos.

Inicialmente, a HT Mícron ficará instalada de forma provisória nas dependências da Teikon em São Leopoldo, onde devem ser produzidos módulos de memória DDR2 e DDR3.

Até o começo do ano que vem, ser definido o local definitivo da fábrica, que pode ser a própria São Leopoldo, Viamão, Alvorada ou Porto Alegre. A planta terá 10 mil m2 e vai produzir chips diversos em uma sala limpa. No futuro, a HT poderá atuar nos mercados de memória Flash, smart cards e hardware do tipo RFID.

São Leopoldo, onde a fábrica começa e está instalada a sede da Altus, e a capital gaúcha, onde já está situado o Ceitec, que no futuro deverá produzir chips e liderar um polo industrial microeletrônico, despontam como os favoritos.

Serão concedidos incentivos e investimentos em infraestrutura para apoiar a nova fábrica da HT, que deve gerar 1,3 mil empregos diretos. Em contrapartida, a companhia deverá usar insumos e embalagens preferencialmente produzidas no Rio Grande do Sul.

A condição deve estimular o crescimento do Ceitec, já que os negócios das empresas são complementares. A HT finaliza - encapsula, no jargão do setor - os chamados wafers, material de silício que é a base dos chips. Eles devem começar a ser produzidos no Ceitec, que até agora trabalha só com design e produz no exterior, em 2010. A meta do centro é atrair até 200 empresas como a HT na próxima década.

A fábrica era negociada há meses, e foi disputada por Paraná, Amazonas, São Paulo e Minas Gerais e teve a vinda para o Rio Grande do Sul viabilizada pela Lei de Inovação, sancionada pela governadora Yeda Crusius em setembro.

Quem são os sócios
Sediada nas proximidades de Seul, a Hana Micron tem entre seus maiores compradores Hynix e Samsung, na qual o seu fundadores trabalhou na divisão de semicondutores até 2001.

De acordo com a Bloomberg, as vendas previstas para este ano ficam em torno de US$ 233 milhões. As ações das empresas triplicaram de valor ao longo do ano.

A Altus atua com produtos de automação e a integração de sistemas, com ênfase nas áreas de óleo e gás e de energia elétrica e tem previsão de faturamento de R$ 82 milhões para 2009.

Quentinhas
A vinda da HT Mícron é uma conquista dos esforços acumulados do empresariado, academia e governos federal e estadual.

É o que opina o editor do Baguete Diário, Maurício Renner, em post no blog Quentinhas.

Confira a opinião na íntegra pelo link relacionado abaixo.