Uma selfie para o banco. Foto: Pexels.
O Santander começou a liberar nessa semana o uso de biometria facial no aplicativo do banco.
Em nota, o banco explica que a implementação da novidade será gradual, com envio de mensagens com solicitação de cadastro das imagens para correntistas pessoas física e jurídica.
No final do processo, para o qual o Santander não deu um prazo, poderão estar cadastrados cerca de 10 milhões de clientes que utilizam o celular em transações bancárias do dia a dia.
O Santander não deu muitos detalhes sobre os recursos tecnológicos por trás da biometria (bancos fazem segredo sobre essas coisas).
No texto, o banco frisa que “vai criar uma base de dados 100% própria”, o que é “muito mais confiável” do que a utilização de uma base de terceiros.
É sem dúvida uma má notícia para muitas empresas no campo fervilhante da biometria facial, ou idtech, cujo um dos principais atrativos é justamente oferecer uma base de dados.
Além de ter um próprio banco de dados, o Santander também desenvolveu internamente o software para checar a identidade, provavelmente com da tecnologia de algum grande fornecedor.
Os objetivos finais da novidade são claros: aumentar ainda mais o uso dos aplicativos de mobile banking, ao mesmo tempo em que se diminui o número de fraudes.
Com a biometria, muitas das operações que, hoje, exigem presença nos canais físicos do banco poderão feitas pelo aplicativo, incluindo o aumento de limites de valores para transações, transações como um financiamento e a habilitação do ID Santander em novos celulares.
O ID Santander é o sistema que faz a validação facial, assegura que o novo dispositivo é legítimo, assim, pode impedir o cadastramento de aparelhos celulares por fraudadores.
“Optando pela biometria facial, isso poderá ser feito de maneira remota e autônoma pelo correntista. Tão simples como fazer um Pix ou pagar uma conta de luz, e com toda a segurança”, explica Marcela Ulian, superintendente executiva de Negócios Digitais do Santander. “Estamos implantando na prática o conceito de banco na mão”, acrescenta a executiva.
Atualmente, cerca de 92% de tudo o que os clientes pessoa física do Santander transacionam já é feito por canal digital. Já entre os clientes PJ, esse volume fica acima dos 95%.
O banco estima que com a biometria facial as transações por celular aumentem ainda mais – 2,5 pontos percentuais para pessoas físicas e 5 p.p. para pessoas jurídicas, chegando já perto dos 100%.
A ideia é que as agências sejam espaços de “atendimento consultivo, dedicados à orientação especializada aos clientes, à geração de negócios e à resolução de problemas de alta complexidade”.
O Santander já tem inclusive dado novos usos para o espaço ocioso: em janeiro, o banco anunciou que usaria os estacionamentos de algumas das suas agências físicas para ajudar nos negócios do Webmotors, site de venda de carros controlado pelo banco.
Os primeiros 10 locais escolhidos para a nova iniciativa ficam nas cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo, Curitiba e Porto Alegre.
A ideia é oferecer um local para que as partes possam agendar uma conversa presencial e, assim, conhecer o carro, negociar valores e fechar negócio em um ambiente seguro e confortável.
Concessionárias e lojas de automóveis parceiras da Webmotors começam a utilizar os espaços nas agências para showroom.
Além disso, os locais terão franquias de restaurantes Subway e Espetto Carioca no formato food truck, além da gestora de estacionamento de bicicletas Bike & Park, e em alguns casos lojas da Loop, empresa de serviços de leilão rápido de veículos seminovos.
O Santander já tem mapeadas outras 300 agências, muitas delas com localizações privilegiadas, em condições de participar da iniciativa.
Maurício Renner 5wt6n
Editor at Baguete Diário