
Givanildo Luz.
A Saque e Pague, fintech gaúcha conhecida pela sua rede de caixas automáticos independentes, fechou um acordo com a DAI Brasil, dona dos caixas da marca ATM24h, tornando interoperáveis os caixas das duas companhias.
De acordo com as empresas, o acordo cria a primeira rede interoperável no Brasil.
Das duas empresas, a Saque e Pague é a maior em número de caixas, com 1,6 mil caixas espalhados pelo país, a maioria dentro de pontos de varejo.
A ATM24h, por outro lado, tem só 190 pontos, mas eles estão concentrados em locais com grande demanda e circulação como aeroportos e grandes redes de hotéis.
"Fomos a primeira companhia a trazer para o Brasil a tecnologia de reciclagem de cédulas. Agora, saímos na frente com essa iniciativa que está alinhada à tendência global da interoperabilidade", afirma Givanildo Luz, diretor-presidente da empresa.
Quando a Saque e Pague foi lançada, em 2010, os ATMs eram o foco principal da empresa, com destaque para a funcionalidade de “reciclagem de cédulas”, pela qual dinheiro depositado para pagar uma conta, por exemplo, pode ser retirado por outra pessoa.
Mais importante que isso, os ATMs da Saque e Pague funcionam também como uma espécie de “tesouraria terceirizada”.
O proprietário de um posto de gasolina no qual um caixa da marca está instalado pode depositar na máquina o dinheiro vivo que recebe, se livrando de um risco.
Demorou, mas as grandes empresas de carros fortes se atentaram para as possibilidades dessa abordagem.
Nos últimos anos, Brinks e Prosegur, as duas principais empresas no mercado fizeram lançamentos nesse sentido.
O efeito final é o mesmo: aumentar a circulação do dinheiro no local no qual ele é recebido e reduzir as visitas de carros fortes.
No meio tempo, porém, a Saque e Pague se reposicionou. Hoje os ATMs são apenas a parte mais visível de uma oferta mais ampla.
A fintech oferece uma gama crescente de serviços para as 22 instituições financeiras que atende, que deve incluir em breve atendimento personalizado usando a plataforma de inteligência artificial Watson, da IBM.
A Saque e Pague é parte do grupo de empresas do empresário gaúcho Ernesto Corrêa, que bancou a adquirente de cartões GetNet até a venda para o Santander e tem outros negócios no setor financeiro como o Banco Topázio e a GoodCard.
Além do e do grupo Ernesto Correa, a companhia tem também por trás a Stefanini, gigante de TI brasileira com forte presença no segmento financeiro, desde 2015 dona de 40% da empresa.
A Stefanini deve funcionar como uma porta para negócios internacionais, que a Saque e Pague já está costurando no México e Colômbia.
A empresa encerrou o ano ado com faturamento de R$ 120 milhões, um crescimento superior a 30%, em comparação com 2018.
Para 2020, a expectativa é que a companhia alcance os R$ 165 milhões de faturamento, o que representaria um aumento de 40% na comparação com 2019.