
Renato Sisto, vice-presidente de vendas da Seidor Brasil.
A Seidor, uma multinacional espanhola com uma operação relevante no Brasil, fechou um acordo com a Mignow para usar a tecnologia de migração automática de ECC para o S/4 Hana em todo o mundo.
Como o leitor do Baguete provavelmente sabe, o S/4 é a última versão do ERP da SAP e existem muitos projetos de migração em curso.
O grande entrave são os desenvolvimentos adicionais feitos ao longo dos anos no ECC (os famosos Zs, no jargão da área). A Mignow promete automatizar a migração desse código em até 95%.
A parceria das empresas é chamativa, porque até pouco tempo atrás o plano da Seidor era concorrer com a Mignow.
No começo de abril, a Seidor anunciou o lançamento do MoveUp, um produto de migração automática que estava na época em fase de homologação com a SAP.
Pelo que parece, os espanhóis resolveram encurtar um pouco o caminho, adotando o produto da Mignow, que é no momento o único homologado pela SAP no país e já tem alguns cases de peso.
As duas empresas também conseguem reduzir custos, pagando uma só conta na AWS, onde roda o software da Mignow, que já fechou acordos do tipo com outras grandes parceiras da SAP, como a Neoris.
“Com o volume de negócios que podem ser gerados pela Seidor, temos um poder de barganha muito maior, fazendo com que a oferta se torne muito mais atrativa para o cliente”, pontua Renato Sisto, vice-presidente de vendas da Seidor Brasil.
A meta da Seidor é realizar mais de 100 projetos até o final de 2024. É uma cifra chamativa, porque a Mignow tem em torno de 50 clientes, uma lista com nomes como o Porto de Santos, o grupo Cornélio Brennand e a drogaria Pague Menos.
A Seidor está no Brasil desde 2013 e tem bastante capilaridade no país, com 1,5 mil profissionais em escritórios em São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Vitória, Goiânia e Recife, Curitiba, Florianópolis e Ribeirão Preto.
Também está nos planos oferecer as migrações com Mignow no México, Argentina, Chile, Colômbia e EUA.
CONTEXTO
Automatização de migração de Zs pode parecer um tema algo “rebimboca da parafuseta”, para usar uma expressão técnica, mas é na verdade um assunto de grande importância para a base SAP nos próximos anos.
Vários motivos travam a migração para a S/4, sendo um dos principais deles justamente os tais Zs, que na prática são resultado de todas as customizações que uma empresa faz no seu ERP ao longo de anos.
Mas os clientes não podem enrolar para sempre. A SAP está fazendo pressão sobre a base para migrar para o S/4, lançado em 2015, até agora através de incentivos como o programa Rise with SAP.
Mais adiante, porém, outros argumentos vão entrar em jogo, entre eles o fim do e normal das gerações anteriores do ERP, previsto inicialmente para 2025 e depois postergado para 2027.