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Gustavo Capart e José Azevedo. Foto: divulgação.
A Softline, multinacional russa do segmento de distribuição, anunciou nesta sexta-feira, 22, a compra da brasileira Compusoftware, empresa de TI que pertencia ao grupo Globalweb.
De valores não abertos, a transação faz parte de um plano da Softline, que entrou no Brasil em 2014, para crescer no país. A expectativa da Softline é chegar a um faturamento de US$ 150 milhões na América Latina durante o ano fiscal 2015/16. No Brasil, a meta de crescimento é de 20%.
Ao fazer a fusão de suas operações com a Compusoftware, a multinacional terá o nome de Softline Brasil e deverá chegar a uma carteira de 600 clientes, contando com empresas com mais de 250 postos de trabalho e faturamento acima dos R$ 500 milhões - cerca de R$ 200 milhões vindos de clientes Compusoftware. Juntas, as empresas vão totalizar cerca de cem funcionários.
A operação tem previsão de ser concluída em dezembro e deverá fortalecer a presença da Softline como fornecedora de soluções Microsoft no país, um mercado onde a Compusoftware tem uma presença acentuada.
A empresa vai reproduzir no país um portfolio semelhante ao que tem na América Latina, enfatizando além da Microsoft marcas como Huawei, Oracle, Adobe e Autodesk.
“A aquisição posiciona o Brasil como o principal mercado da Softline na América Latina, com mais do dobro do faturamento do segundo colocado, a Argentina”, explica Gustavo Capart, Diretor de Vendas, Marketing e Serviços LATAM da Softline.
Com o negócio, José Azevedo, CEO da Compusoftware, assumirá o cargo de CEO da Softline Brasil. Até então a liderança da companhia russa no país era exercida por Dan Novais, ex-Pitney Bowes, que se tornou presidente da companhia em setembro do ano ado.
Para a Globalweb, a venda da Compusoftware representa uma mudança de estratégia devido à retração do mercado nacional. Em 2014, a empresa teve uma receita de US$ 500 milhões e 40% dela veio da Compusoftware.
Desde o ano ado, a companhia buscou parceiros de investimento para injetar fundos na Compusoftware, com o objetivo de alavancar o crescimento do grupo como um todo e sedimentar a proposta de um IPO no país. Entretanto, o crescimento abaixo do esperado interrompeu o plano.
Sem a receita da Compusoftware, a Globalweb focará em seus outros negócios como o de outsourcing, integração de TI , NFe do Brasil (nota fiscal eletrônica), Dinamo Networks (segurança da informação) e Vouclicar.com (shopping virtual de softwares para gestão empresarial).
O investimento no Brasil acompanha o plano global da Softline, que está reforçando sua atuação em continentes como Ásia e América Latina para dar robustez à sua intenção de abertura de capital.
Segundo Capart, a companhia quer fazer a sua oferta pública de ações em no máximo cinco anos, e o crescimento na América Latina é instrumental para alavancar este processo. O próximo o deste processo envolve a entrada da empresa no mercado mexicano, também por meio de aquisição.
Atualmente, a América Latina responde por 90% da receita da Softline Internacional, que inclui as divisões EMEA (Europa, Oriente Médio e Ásia), Índia e Ásia/Pacífico.
A Softline possui operações em 27 países, 81 cidades e aproximadamente 2,8 mil empregados. Para o ano fiscal 2015, a companhia estima uma receita total de US$ 700 milhões em todo o mundo.
A manobra da multinacional russa ao comprar a Compusoftware reflete outras tomadas de empresas brasileiras por grupos internacionais do ramo de distribuição, que atualmente está em baixa no país.
Nos últimos dois anos, empresas como a inglesa Arrow e a norte-americana ScanSource apostaram suas fichas no país através de aquisições. A primeira adquiriu a CNT Brasil, enquanto a segunda comprou a Network1.