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Eduardo Smith, CEO da Softplan. Foto: Divulgação.
A Softplan, desenvolvedora de software catarinense com forte presença em sistemas para tribunais de justiça, reforçou sua operação no meio jurídico com a aquisição da Projuris, uma companhia de ville que oferece soluções voltadas para departamentos jurídicos e escritórios de advocacia.
Não foi revelado o valor do negócio, mas a Softplan afirma que é a maior aquisição já feita pela companhia, além de ser a primeira compra total.
A Projuris é uma empresa importante no seu nicho, com 350 funcionários e um faturamento de R$ 50 milhões em 2021, uma alta de 35% frente ao ano anterior.
A empresa tem 500 clientes corporativos, incluindo grandes grupos como Cielo, Rodobens e Klabin, além de outros dois mil escritórios de advocacia.
A solução oferece gestão de contratos, atos societários, procurações, processos jurídicos e outras demandas legais. A meta é ser a “legaltech número 1 do país”.
A aquisição é um acréscimo significativo para a Softplan, que faturou R$ 428 milhões em 2021, uma alta de 20%. A meta para 2022 é de R$ 588 milhões.
Fundada em 1990 em Florianópolis, a Softplan tem dois mil funcionários. O seu carro chefe é o SAJ Tribunais, uma solução com 100 mil usuários que gerencia mais de metade dos processos da justiça estadual, atendendo Tribunais de Justiça em todo o país.
“Nossa estratégia é manter a marca Projuris ativa, posicionando a Softplan de maneira relevante no mercado jurídico. Também vamos preservar a atual gestão da companhia que vem executando um excelente trabalho”, destaca o diretor de Fusões e Aquisições da Softplan, Guilherme Tossulino.
O CEO da ProJuris, Sérgio Cochela, é um profissional experiente, com agens por grandes empresas catarinenses de tecnologia como a Datasul e a NeoGrid, onde foi diretor financeiro.
A Softplan tem procurado nos últimos tempos diversificar a sua oferta e fortalecer outras áreas, com ênfase no mercado privado, onde já tem uma presença na área de construção. Foram feitas três aquisições nos últimos 12 meses.
No ano ado, a empresa anunciou a aquisição de participações majoritárias da Checklist Fácil, especializada em software para criação e aplicação de checklists, e do Construtor de Vendas, CRM especialista no mercado imobiliário.
“Estamos sempre atentos às oportunidades do mercado. Para 2022, temos grandes perspectivas de crescimento, especialmente no segmento de software para o setor jurídico e construção civil”, afirma o CEO da Softplan, Eduardo Smith.
Smith, contratado para a posição de CEO no ano ado, é ele mesmo parte das mudanças em curso na Softplan.
O executivo é fundador da 42K Investimentos, focada em investimentos anjo e mentoria de startups, além de ser board member da BizCapital, fintech especializada em empréstimos para micro e pequenas empresas.
Antes de focar nos investimentos em startups, Smith atuou por mais de 11 anos no Grupo RBS, onde ou por cargos como vice-presidente da empresa em Santa Catarina e VP de jornais, rádio e digital.
MERCADO EM ALTA
O potencial do mercado de legaltechs, ou lawtechs, dependendo de quem fale, é enorme.
O Brasil tem 1,2 milhão de advogados inscritos na OAB e cerca de 100 mil escritórios jurídicos, sem falar dos departamentos dentro de grandes empresas. O país gasta o equivalente a 2% do PIB com processos judiciais.
Talvez por isso, os últimos anos tem sido de bastante atividade nesse segmento.
No ano ado, a Benner Sistemas, especializada em software de gestão, criou a Extrajuris, uma spin off focada no nicho de resolução de disputas online, o que se conhece no jargão jurídico como uma ODR.
Em 2020, a Preâmbulo Tech, curitibana de software para gestão jurídica, recebeu um aporte com recursos do Fundo Criatec 3, criado pelo BNDES e gerido pela KPTL.
O valor inicial foi de R$ 3 milhões, mas o volume total poderia chegar a R$ 10 milhões de acordo com o cumprimento de metas.
Em 2019, a Constellation Software, uma companhia canadense, comprou a catarinense Aurum, desenvolvedora dos softwares jurídicos Astrea e Themis.
Já no ano seguinte, em 2020, a Constellation voltou à carga, desta vez comprando a Kurier, uma companhia pernambucana de software jurídico com 1,7 mil clientes, incluindo aí sete dos 10 maiores escritórios de advocacia do país. Esse negócio também teve a participação da Triaxis Capital.
Um mês depois, a Elaw Tecnologia, fornecedora de um sistema de gestão de departamentos jurídicos usado por 200 grandes empresas do país, fechou uma t venture com a Impacta, uma empresa do mesmo ramo.