
Ana Horsch. Foto: divulgação.
A Turnitin, marca global de softwares anti-plágio para instituições de ensino, quer ampliar a base de clientes no Brasil, com o ambicioso plano de atingir 99% do mercado local.
A meta é a marca que a empresa norte-americana possui na Inglaterra, onde 99% das escolas de ensino superior - incluindo referências como Oxford e Cambridge - usam as soluções da empresa. Para atender essa demanda, a empresa tem inclusive uma unidade em Newcastle, norte do país.
No Brasil, a presença da empresa data de 2010, quando firmou contrato com a Unesp. Segundo Ana Horsch, representante da marca no país, desde então a empresa já ampliou sua presença para 35 clientes. Globalmente, o faturamento da empresa está na casa dos US$ 50 milhões.
Em junho, a iParadigms, empresa criadora da Turnitin anunciou sua compra pelo fundo de investimentos Insight Venture Partners, com planos de intensificar sua presença internacional.
"No Brasil, contamos com nomes como a Universidade Positivo, PUC-RS e Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), entre outros", lista a executiva.
Com a representação local, coisa que a empresa não tinha até 2012, o foco da companhia em crescer dentro do país se acentuou. Como é um sistema em nuvem, a integração e e são feitos inteiramente via web. A operação pequena é explicada pela executiva.
"Ainda é um mercado , com poucos clientes e pouca concorrência, mas está crescendo", diz a representante.
O Turnitin funciona integrado a outras soluções de ensino online usadas pelas universidades, como Moodle e Blackboard, e faz varreduras em páginas de internet e bibliotecas digitais acadêmicas para encontrar possíveis cópias.
A análise de originalidade dos trabalhos resulta em um relatório, que aponta o grau de autenticidade dos textos, com níveis de plágio. Caso seja encontrada alguma cópia, o sistema aponta a fonte.
"Por ser um software internacional, com cerca de dez mil clientes em 135 países, também temos recursos de encontrar plágios em diferentes línguas", afirma Horsch.
Segundo dados da Associação Brasileira de Propriedade Intelectual, com o o à internet, o número de casos de cópias parciais ou até mesmo completas de trabalhos acadêmicos se agravou no país.
"No meio acadêmico, em especial, o plágio se tornou uma verdadeira praga. O plágio precisa ser combatido com veemência, ou estaremos jogando uma sombra de desconfiança sobre boa parte da produção científica de nosso tempo", afirmou o diretor relator da ABPI, Cláudio Lins de Vasconcelos, em entrevista no ano ado.
Segundo a executiva do Turnitin, as universidades aos poucos estão investindo em soluções para coibir esta prática, mas em comparação com o exterior, ainda é pouco. Atualmente, a solução é vendida em duas versões, uma com um pacote fechado de subimissões de trabalhos, que sai por US$ 6,5 mil anuais, e outra ilimitada, que sai por US$ 2,95 por aluno/ano.
A Unesp, cliente mais antiga da empresa, paga uma licença anual de R$ 18 mil para disponibilizar a ferramenta para seus professores, que fazem eles mesmo a consulta dos trabalhos submetidos.
Para a representante da Turnitin, embora o software seja eficaz na busca de cópias em trabalhos, ainda é trabalho das universidades aplicar a solução dentro de suas práticas docentes.
"O software é uma ferramenta de apoio ao ensino e não o que define as decisões que a universidade deve tomar. É um complemento para as políticas próprias de antiplágio que elas possuem", finaliza Horsch.