
Em 2030, mais de 20% da área total da expansão urbana da região metropolitana de São Paulo estará vulnerável a acidentes naturais provocados pelos aumento de dias com chuvas intensas e mais frequentes. Aproximadamente 11% dessas novas ocupações podem ser áreas de risco de deslizamento.
Os dados são do relatório "Vulnerabilidade das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas: Região Metropolitana de São Paulo”, coordenado pelo INPE e Unicamp.
Além do fator climático, o crescimento projetado da população, que deve dobrar de tamanho nos próximos 20 anos, especificamente nas periferias, aumentará significativamente os riscos de enchentes, inundações e deslizamentos, além de aumentar a ocorrência de leptospirose e doenças respiratórias.
Os órgãos responsáveis pelo relatório sugerem que entre 2070 e 2100 uma elevação média na temperatura da região de 2ºC a 3ºC poderá dobrar o número de dias com chuvas intensas (acima de 10 milímetros) na capital paulista.
A previsão é de um aumento no número de dias e noites quentes e correspondente diminuição do número de dias e noites frios.
Hoje, cerca de 30% da população da região metropolitana, ou seja, 2,7 milhões de pessoas, vivem em comunidades, cortiços e habitações precárias, quase sempre ilegais.
São concentrações significativas de áreas de risco de escorregamentos localizadas na Zona Sul (Jabaquara, Cidade Ademar, Pedreira, Cidade Dutra, Jardim Ângela, Capão Redondo e Campo Limpo). Nessa região estão concentradas mais de 50% das favelas em São Paulo.
Nas demais regiões, as áreas de risco localizam-se na Zona Oeste (Butantã e Jaguaré); na Zona Norte (Perus, Pirituba, Jaraguá, Brasilândia, Freguesia do Ó e Tremembé); e na Zona Leste (Sapopemba, São Mateus, Aricanduva, Vila Formosa, Vila Prudente e Itaquera).
O relatório ainda aponta medidas de adaptação que as cidades e instituições da região metropolitana devem adotar em busca de soluções para os impactos e perigos que sofrerão.
Entre elas estão maior controle sobre construções em áreas de risco, investimentos em transportes coletivos, proteção dos recursos naturais e criação de áreas de proteção ambiental nas áreas de várzeas de rios, além de investimentos em pesquisas voltadas para a modelagem do clima e quantificação de benefícios decorrentes de medidas de adaptação às mudanças climáticas.