
Tushar Parikh.
A TCS lançou um curso de três anos em parceria com o Centro Paula Souza, autarquia paulista responsável pelas Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e a Escolas Técnicas estaduais (Etecs).
Batizado de graduação de Design de Mídias Digitais, o curso de três anos oferecido a partir de agosto na Fatec Barueri visa formar um “profissional 4.0”, com um currículo incluindo programação, marketing digital, desenvolvimento de sistemas multimídia e mídias digitais, segurança da informação e análise de dados, além de planejamento estratégico, pensamento crítico e gerenciamento de marcas.
“Quando determinada empresa monta uma estrutura de mídia digital, para vendas, publicidade ou relacionamento com o cliente, necessita de uma equipe grande, formada por profissionais de áreas como jornalismo, publicidade, istração, design e tecnologia da informação”, analisa o coordenador do curso, Jadir Mendonça Júnior.
De acordo com Mendonça, a proposta é formar o tecnólogo que tenha a visão do todo, que entenda as várias etapas do desenvolvimento e possa analisar conteúdo e resultados.
Projetos como os descritos por Mendonça não são o tipo de coisa que se associa imediatamente com a TCS, conhecida pela sua atuação no desenvolvimento de software.
Seja como for, a empresa deve ter demanda por esse tipo do perfil, uma vez que a grade do curso foi montada em conjunto com profissionais da TCS e empresa de estar presente ao longo da formação, apoiando iniciativas relacionadas (a companhia não teve investimento financeiro na formação).
A TCS também tem uma operação em Barueri, cidade da região metropolitana de São Paulo onde o curso será oferecido.
A multinacional indiana já atuava em parceria com o Centro Paula Souza desde 2015, realizando workshops e palestras para os estudantes das unidades de Carapicuíba e Barueri. Hoje, 15 oriundos dos cursos da autarquia já trabalham na companhia.
“Conceitos como automação, analytics, big data, Internet das Coisas (IoT) e inteligência artificial já são uma realidade e, por isso, a TCS se preocupa em investir no talento local para capacitar a mão de obra especializada do futuro”, explica Tushar Parikh, country head da TCS Brasil.
O Centro Paula Souza está presente em aproximadamente 300 municípios paulistas atendendo no total mais de 300 mil estudantes.
Recentemente, a TCS anunciou a abertura de um centro em Londrina, no Paraná, com a perspectiva de empregar até 4 mil pessoas na cidade em um prazo não determinado.
Inicialmente, foram abertas 80 vagas, em um local inicial com capacidade para 700 funcionários.
Para a TCS, o anúncio do centro em Londrina é uma das movimentações mais ousadas desde que a companhia chegou no Brasil, no começo dos anos 2000, junto com outras gigantes da Índia como Wipro e Mahindra.
Os indianos não conseguiram repetir por aqui o sucesso da sua presença nos Estados Unidos, onde as companhias do país emplacaram grandes contratos de outsourcing usando como diferencial o baixo do custo da mão de obra na Índia.
Nos últimos anos, as coisas estão começando a mudar, com a promessa de atender clientes locais com recursos locais.
A TCS mantém operações em Alphaville, São Paulo, e no Rio de Janeiro, mas não abre o número total de funcionários.
A TCS obteve um dos seus melhores desempenhos globais na América Latina no ano fiscal 2017, encerrado em 31 de março do ano ado, crescendo 14,1% para atingir um faturamento de US$ 369 milhões.
O resultado foi o segundo melhor entre os chamados “mercados emergentes” da empresa, só atrás do Oriente Médio e África, que cresceram 14,8%. A média global foi de 6,2%, para US$ 17,58 bilhões.
Mesmo assim, o mercado latino americano é uma parte pequena do faturamento (2,1%, frente a 53% da América do Norte) e os resultados no ado já foram melhores, com um faturamento de US$ 410 milhões no ano fiscal 2014.