Stefanini está apostando na área de AMS. Foto: Shutterstock.
A Stefanini abriu centros de serviços compartilhados de ERP em Curitiba, Rio de Janeiro e Jundiaí, no interior de São Paulo.
Os centros são focados em oferecer serviços de gerenciamento de aplicações (AMS, na sigla em inglês) para os sistemas de gestão da SAP e Oracle e se somam aos já existentes em São Paulo, Porto Alegre e São Leopoldo, na região metropolitana da capital gaúcha.
A Stefanini não informou quantas pessoas serão contratadas para os novos centros nem quantas trabalhavam nos já existentes, de maneira que é impossível dizer se a companhia está aumentando sua equipe focada em AMS ou apenas deslocando funcionários internamente.
Segundo Moisés Santana, gerente de serviços AMS da Stefanini, os novos centros garantirão entrega mais próxima, o que permitirá atender as necessidades de forma ágil, com profissionais da própria região.
“Com os novos centros, nos tornamos também mais competitivos em termos de custos e os clientes também se beneficiarão com isso”, acredita Santana.
Por outro lado, os centros funcionam de maneira integrada, o que garante que a Stefanini possa manter ganhos de escala mesmo ampliando o número de operações. A empresa é certificada ISO 20.000 e ISO 27.000.
Não existem informações sobre a quantidade de contratos de AMS da Stefanini com sistemas de gestão Oracle e SAP, mas a multinacional alemã deve responder pela maior parte.
Segundo aponta uma pesquisa sobre o mercado de TI feita pela Fundação Getúlio Vargas, a SAP tem 51% de share entre empresas com mais de 700 usuários de ERP no Brasil, mais do que o dobro da Oracle, que tem 21%.
É nessa faixa de grandes empresas que se concentram os potenciais clientes de contratos de AMS. Em 2013, a Stefanini chegou a divulgar que, em 16 anos de parceria com a SAP, já havia fechado mais de 200 contratos com a tecnologia dos alemães.
O reforço na oferta de AMS pode ser uma estratégia da Stefanini para enfrentar o desaquecimento dos grandes projetos de implementação de ERP realocando profissionais nas áreas de sustentação de negócio dos clientes.
Apesar de não gerarem nem de longe os mesmos valores, os contratos de AMS garantem receitas recorrentes e são renegociados pelas empresas com alguma frequência, abrindo uma porta de entrada nas organizações.
O problema é que outros players estão fazendo a mesma movimentação. A Meta, uma empresa de serviços de TI sediada em São Leopoldo como uma prática SAP forte, estruturou recentemente uma área de AMS.
Além disso, estão no mercado de AMS as consultorias especializadas em SAP, que conseguem competir com grandes players mais diversificados como a Stefanini. No final do ano ado, a Pelissari, de Curitiba, tirou o contrato de AMS da CMPC Celulose Riograndense da Sonda, por exemplo.
A Stefanini fechou 2014 com um faturamento de R$ 2,35 bilhões, uma alta de 11% frente ao ano anterior, e previa manter o mesmo ritmo neste ano.
Apesar de poder ser considerados bons no cenário atual, o resultado e a projeção adiam para 2017 ou 2018 as metas da companhia de chegar ao final de 2016 faturando R$ 4 bilhões, divulgadas no final do ano ado.